O governo israelense decidiu hoje restabelecer o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, após o fim dos bombardeios lançados ao longo deste domingo contra o enclave, de acordo com a mídia israelense.

De acordo com o jornal Ynet, “o fluxo de caminhões será retomado quando os bombardeios cessarem”, embora a passagem fronteiriça de Rafah permaneça fechada até que o Hamas devolva os corpos de 16 reféns.

A emissora Canal 12 adiantou que o Executivo seguiu uma recomendação do Exército para suspender temporariamente a entrada de ajuda humanitária após confrontos registrados esta manhã em Rafah, no sul de Gaza, entre soldados israelenses e supostos policiais do Hamas — um episódio negado pelo movimento.

O Exército israelense acusou o Hamas de violar o cessar-fogo e lançou, em resposta, uma série de ataques por toda a Faixa de Gaza, que provocaram dezenas de mortos, segundo fontes locais.

Nessa mesma noite, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou ter restaurado a trégua, assegurando que “continuará a aplicar o acordo de cessar-fogo e responderá firmemente a qualquer violação do mesmo”.

Durante o cessar-fogo anterior, em vigor entre 19 de janeiro e 18 de março deste ano, Israel manteve um bloqueio total à entrada de ajuda humanitária em Gaza durante 11 semanas, tendo o acesso sido restabelecido apenas em 19 de maio.

Segundo dados da ONU, mais de dois milhões de habitantes de Gaza continuam dependentes de ajuda externa para sobreviver, num território devastado após dois anos de guerra e sucessivas restrições impostas por Israel.