Tenistas da Rússia e de Belarus não poderão competir no torneio de Wimbledon neste ano por causa da invasão da Ucrânia por Moscou, anunciou o All England Lawn Tennis Club (AELTC), entidade responsável por organizar o Grand Slam disputado na grama de Londres, em um comunicado nesta quarta-feira (20).
O AELTC afirmou no início deste mês que estava conversando com o Governo britânico sobre a participação de jogadores de Rússia e Belarus no Grand Slam disputado entre 27 de junho e 10 de julho.
O órgão acrescentou nesta quarta-feira que tem a responsabilidade de desempenhar seu papel nos esforços das instituições esportivas, criativas e do Governo para “limitar a influência global da Rússia pelos meios mais fortes possíveis”.
“Reconhecemos que isto é difícil para os indivíduos afetados, e é com tristeza que eles sofrerão pelas ações dos líderes do regime russo”, disse o presidente do All England Club, Ian Hewitt.
Hewitt disse que o AELTC “considerou cuidadosamente” medidas alternativas que poderiam ser tomadas de acordo com a orientação do Governo do Reino Unido.
“Porém, dado o ambiente de alto nível do campeonato, a importância de não permitir que o esporte seja usado para promover o regime russo e nossas preocupações mais amplas com a segurança do público e dos jogadores [incluindo as famílias], não acreditamos que seja viável prosseguir em qualquer outra base”, declarou.
O AELTC, que planejava anunciar uma decisão em meados de maio, antes do prazo de inscrição para o evento, disse que vai “considerar e responder adequadamente” se as circunstâncias mudarem entre agora e junho.
O veto a jogadores russos impede o atual número dois do mundo, Daniil Medvedev, e o oitavo do ranking Andrey Rublev, de competirem na chave masculina. Já Anastasia Pavlyuchenkova é a 15ª no ranking feminino.
Belarus é uma área chave para a invasão da Ucrânia, que a Rússia chama de “operação militar especial”.
A número quatro do mundo, Aryna Sabalenka, e a duas vezes campeã de Grand Slam Victoria Azarenka, ambas de Belarus, serão afetadas.
Os órgãos dirigentes do tênis baniram Rússia e Belarus das competições internacionais por equipes após a invasão. Atletas podem competir individualmente, mas não sob o nome ou a bandeira de seus países.
O presidente da Federação Russa de Tênis, Shamil Tarpischev, disse ao jornal russo Sport Express mais cedo que não havia nada que pudesse fazer.
“Acho que esta decisão está errada, mas não há nada que possamos mudar”, disse Tarpischev. “A Federação Russa de Tênis já fez tudo o que podia”, declarou.
Wimbledon não veta atletas de países desde a Segunda Guerra Mundial, quando jogadores da Alemanha e do Japão não foram autorizados a competir.
A Lawn Tennis Association, cujos eventos servem como preparação para Wimbledon, também anunciou a proibição de jogadores dos dois países.
Mais cedo, as jogadoras ucranianas Elina Svitolina e Marta Kostyuk emitiram declarações pedindo a proibição geral de atletas russos e bielorrussos de eventos internacionais.
O grupo de pressão internacional liderado por atletas, Global Athlete, disse que banir jogadores dos dois países também “protegerá esses atletas que não têm escolha de se retirar das competições”.
O ministro do Esporte britânico, Nigel Huddleston, afirmou no mês passado que não se sentiria confortável com um “atleta russo com a bandeira russa” vencendo Wimbledon em Londres.
Agência Brasil