A Nova Zelândia informou que vai demorar pelo menos um mês para reparação de cabo de comunicação submarino que liga ao resto do mundo as ilhas de Tonga, devastadas por erupção vulcânica e tsunami.
“A empresa de cabo norte-americana SubCom diz que pelo menos quatro semanas serão gastas para restaurar a conexão a Tonga”, informou o Ministério das Relações Exteriores, ao comentar o desastre que atingiu o arquipélago do Pacífico no sábado (15/02).
Desde então só foi possível entrar em contato com Tonga por meio de telefones via satélite, a maioria em embaixadas estrangeiras na capital, Nuku’alofa.
Segundo a SubCom, a ligação sofreu duas rupturas, uma localizada a 37 quilômetros (km) da costa e outra, em cabo local situado próximo do vulcão, o que dificulta a reparação.
Uma embarcação com técnicos para a reparação está atualmente a caminho da vizinha Papua Nova Guiné.
A Digicel, uma operadora móvel de Tonga, restaurou alguns serviços domésticos básicos de 2G, mas alertou que ainda pode demorar muito para retomar as chamadas internacionais.
A operadora Kacific, envolvida em disputa contratual com o governo de Tonga, disse que ainda não teve contato com o governo, revelou Christian Patouraux, diretor administrativo da Kacific.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse em comunicado, nessa terça-feira (18), que o oficial de ligação, Yutaro Setoya, é responsável pela comunicação entre as agências da ONU e o governo local.
A Marinha de Tonga iniciou operação para retirar cerca de 150 moradores das ilhas Mango e Fonoifua, mais afetadas pela erupção e o tsunami, para outras ilhas.
Reflexos do desastre natural
Ontem à noite, no primeiro comunicado após o desastre, adiado pelo corte de comunicações no arquipélago, o governo de Tonga afirmou que o tsunami, com ondas de até 15 metros de altura, destruiu todas as casas em Mango e que apenas duas permaneceram de pé em Fonoifua.
Pelo menos três pessoas morreram em Mango, incluindo uma mulher de 65 anos, neste “desastre sem precedentes” na nação do Pacífico Sul, disse o governo.
A erupção do Hunga Tonga Hunga Ha`apai, ouvida a centenas de km e claramente vista do espaço, também fez com que o vulcão desaparecesse da superfície marítima.
A Nova Zelândia e a Austrália enviaram dois barcos com ajuda humanitária, que terão de cumprir rígidos protocolos contra a pandemia em Tonga, território onde até agora só foi relatado um caso de covid-19.
A pista do aeroporto da principal ilha do país passa por limpeza, para permitir a chegada de voos com materiais de emergência.
Um dos problemas mais graves é escassez de água potável, já que o desastre natural teria contaminado as reservas de água devido à densa camada de cinzas que cobriu o território e à invasão de água salgada.
Agência Brasil