Boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz, publicado na última semana, registra pequena redução as taxas de mortalidade e na ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – entre os dias 2 e 8 de maio – em decorrência de contaminação pelo coronavírus. No entanto, apesar da ligeira diminuição, pesquisadores do Instituto afirmam que os indicadores monitorados pelo grupo indicam intensa circulação do vírus em todo o Brasil. Com resultados, terceira onda do vírus não é descartada.
“A pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo das próximas semanas, além de dar oportunidade para o surgimento de novas variantes do vírus devido à intensidade da transmissão. Uma terceira onda agora, com taxas ainda tão elevadas, pode representar uma crise sanitária ainda mais grave “, alerta o boletim.
Projeções feitas por cientistas do Brasil e dos Estados Unidos, acerca da situação brasileira da pandemia, também confirmam a previsão. “Evitar a terceira onda vai depender muito da vacinação, que já se mostra efetiva na redução de mortes e internações. Temos que vacinar 1,5 milhão de pessoas ao dia, idealmente 2 milhões. E ter cautela na flexibilização das medidas de isolamento”, explica a professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e doutora pela Universidade Johns Hopkins, nos EUA, Ethel Maciel.
O Brasil registrou uma “ligeira redução” nas taxas de mortalidade pela Covid-19 nas últimas duas semanas, mas a incidência de casos se mantém elevada, assim como os valores de positividade dos testes para diagnóstico da doença. As informações são do mais recente boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira.
3ª onda da Covid-19
Das entidades que expressaram preocupação à situação sanitária do Brasil, estão o Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação da Universidade de Washington, nos EUA, que desde o início de 2020 se destaca por suas projeções certeiras. Após levantamento, o instituto indica que o país poderá chegar ao marco de 751 mil mortos pela Covid-19 até o final do mês de agosto – até o dia 27. A previsão foi realizada considerando um cenário em que 95% da população do país utiliza máscaras e outras medidas de proteção.
Os dados do Instituto de Métricas são utilizados tanto em em avaliações da pandemia pela Casa Branca, quanto pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Rede Análise Covid-19, que contém uma equipe multidisciplinar de pesquisadores brasileiros, alerta que o país tende a apresentar picos de casos da doença, como os da primeira onda em julho de 2020 e da segunda onda no início de 2021. Como um tipo de padrão, os picos são seguidos de queda, estabilização e, em seguida, aumento de casos de contágio, internações e óbitos.
Quem também prevê um resultado trágico ao país quanto à crise sanitária são as Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Em seus portais, a projeção é que o total de casos no país ultrapasse os 15,4 milhões ainda e maio, cravando uma curva ascendente.
Ocupação de leitos de UTI
O boletim da Fiocruz ainda mostra que entre os dias 3 e 10 de maio, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) apresentaram quedas significativas na região Norte, com o Acre e o Amazonas deixando a zona de alerta. Já no Centro Oeste, os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal também tiveram redução e saíram da área crítica.
A capital goiana, entretanto, permaneceu na faixa de 92% de ocupação, juntamente a Porto Velho (92%), Teresina (96%), Natal (92%), Aracajú (99%), Rio de Janeiro (93%) e Curitiba (92%).
Jornal Opção com informações de O Globo