O estado de Goiás atingiu, na manhã desta quinta-feira (18), a marca de 10 mil mortos pela Covid-19, segundo informado pelo portal da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Superintendente de Vigilância em Saúde da pasta, Flúvia Amorim afirmou que nenhuma doença matou tanto em tão pouco tempo em Goiás e que, infelizmente, muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas.

“São pais, mães, filhos. A gente nunca viu, na história do nosso estado, uma doença matando tanto. O pior é que a gente sabe que seria evitável: com vacina e conscientização. As duas coisas que estão nos faltando hoje”, ponderou.

Ainda de acordo com a superintendente, a perspectiva para os próximos dias não é positiva.

“A gente sabe que esse número assusta, mas não é exagero, não é terrorismo, é um fato que ele vai aumentar consideravelmente nas próximas semanas”, disse.

Segundo os dados da SES, do total de mortos, 5.790 são homens (57%) e 4.234 são mulheres (42%). Há ainda 271 mortes ainda sendo investigadas pela pasta para saber se foram causadas pela Covid-19 ou não. A mortalidade da doença, de acordo com os dados da Secretaria, é de 1.428 a cada 1 milhão de habitantes.

De acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa que analisa a média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil, do qual o G1 faz parte, Goiás registrou a maior marca do país nos últimos dias. Isso significa que o estado teve mais mortes do que o restante das unidades da federação.

Entre as mortes mais recentes registradas em Goiás, está a do ex-governador do estado Helenês Cândido, de 86 anos. Ele morreu enquanto estava sendo transferido de ambulância para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Caldas Novas, na região sul de Goiás.

Ambulância leva paciente com Covid-19 em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Ambulância leva paciente com Covid-19 em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Dos fatores apontados pelas autoridades em saúde que levam a aumentar o número de mortes no estado está a ampla disseminação da variante brasileira do coronavírus.

Essa versão da doença, identificada pela primeira vez em Manaus (AM), já predomina entre os casos positivos de Covid-19 registrados em Goiânia nas últimas semanas. O secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, anunciou que esta cepa foi identificada em 28 de 30 amostras colhidas de forma aleatória em pacientes de todas as regiões da capital.

Um estudo divulgado na quarta-feira (17) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) coloca Goiás na quarta posição dos estados que têm a maior taxa de ocupação de leitos de UTIs do país, com 97% de toda a rede pública ocupada por pacientes com Covid-19.

Na manhã desta quinta-feira, o painel mostrava 93% de ocupação dos leitos exclusivos para tratamento de Covid-19 nos hospitais geridos pelo estado.

O portal da SES-GO também informa que já são mais de 445 mil pessoas infectadas com a doença desde o início da pandemia, há cerca de um ano.

Medidas restritivas

O governo do estado publicou um decreto nesta semana determinando a paralisação de atividades não essenciais por 14 dias, seguidos por 14 dias de funcionamento normal.

Ao fazer o anúncio dessas novas medias, o governador Ronaldo Caiado (DEM) disse que todos os municípios goianos que estiverem em situação de calamidade devem obedecer às normas do documento.

No entanto, muitas prefeituras ainda divergem sobre manter a fiscalização nas cidades de acordo com os decretos municipais ou adequar as diretrizes para alinhá-las ao decretado pelo estado.

G1