Em mais um debate para alcançar definição sobre o Anel Viário da Região Metropolitana de Goiânia, o Governo de Goiás, representado pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), recebeu equipes técnicas do Ministério da Infraestrutura (Minfra) e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nesta quinta-feira (16/09). Os representantes do Governo Federal apresentaram quatro traçados alternativos ao desenho original, que é de 1996, e ouviram as demandas de parlamentares, empresários e outros setores da sociedade civil que estavam presentes ao encontro.
A obra do Anel Viário é de responsabilidade do Governo Federal, que tem contado com o suporte da equipe técnica da Goinfra. Em maio, representantes do Minfra e do BNDES estiveram em Goiânia para ouvir da agência sugestões para a elaboração de um traçado mais condizente com a realidade atual da Região Metropolitana. Eles também estiveram nos pontos mais críticos do trânsito na capital.
Com base nas informações coletadas, os técnicos federais promoveram novos estudos e retornaram nesta semana para apresentar, sob o ponto de vista do Ministério da Infraestrutura, as soluções possíveis e mais adequadas para a Região Metropolitana, diante das transformações demográficas ocorridas principalmente em Goiânia, Trindade, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. “Desta vez, o Ministério da Infraestrutura e o BNDES apresentaram detalhamento sobre custo, modelagem, formas de execução e de como equacionar essas obras dentro de um pacote de concessões que o Governo Federal vai preparar”, destacou o presidente da Goinfra, Pedro Sales.
Coordenador-geral da Secretaria Nacional de Transportes Terrestres, Stéphane Quebaud contou que, após ouvir os técnicos da Goinfra sobre a problemática do contorno, voltou para Brasília com a missão de trabalhar os traçados existentes e desenvolver novas alternativas que impactam diretamente em 25 municípios. “Retornamos agora com mais conhecimento sobre as urgências das cidades, para mostrar o nosso entendimento, atualizar as informações sobre concessões relacionadas à BR-153 em Goiás e mostrar os passos para a viabilização de cada uma das nossas propostas”, disse.
O presidente da Goinfra enfatizou que o governo estadual é um dos atores envolvidos na busca por uma solução para o Anel Viário, e que o debate sobre o tema está posto para toda a sociedade, para opiniões práticas e executáveis. Para ele, a bancada parlamentar goiana, representada no encontro pelos deputados federais Flávia Morais e Delegado Waldir, deverá também levar o assunto aos outros congressistas, prefeitos, Associação Goiana dos Municípios (AGM) e todos os demais envolvidos na solução do problema, para que, de forma consensual e democrática, seja escolhido o melhor caminho.
O ponto crucial de toda a movimentação em torno do assunto, segundo Pedro Sales, é retirar o fluxo de dentro das vias urbanas essenciais. “Quem vai de um bairro para outro e que faz as suas atividades normais do dia a dia, não precisa dividir espaço com aquele que trafega pela BR e segue o seu destino longo. Você não mistura esses dois usuários, cada um tem o seu percurso dentro da rodovia e isso faz toda a diferença na contagem rodoviária”.
Os traçados alternativos elaborados pelo Governo Federal foram apresentados pelo gerente do BNDES, Leonardo Leão. A obra do Anel Viário foi dividida em três quadrantes (sul, norte e leste) e, na elaboração das propostas, evitou-se as áreas de proteção ambiental, mananciais e áreas edificadas e foi considerada a hipótese de utilização de algumas vias existentes. Ao final, resultou em quatro possibilidades, atentas tanto às opções que se aproximam da mancha urbana atual, quanto às que preveem crescimento a médio prazo do adensamento populacional.
A discussão, que é complexa, estimulou a deputada federal Flávia Morais a marcar presença em mais essa reunião, para acompanhamento de todas as etapas de um processo que reflete, hoje, sobre a qualidade de vida de mais 2,5 milhões de pessoas. “Nós temos a questão do Anel Viário como prioridade e participamos da discussão para que tenhamos um projeto construído por todos”, enfatizou.
Para o deputado federal Delegado Waldir, o debate também é político, pois envolve vários parlamentares e gestores em uma demanda que se arrasta desde 1996 e que acontece simultaneamente a embates de grande importância, como a Ferrovia Norte Sul. “Não queremos mais uma vez criar um sonho. Queremos soluções”, cobrou.
Com a palavra dada aos participantes do auditório, os técnicos do Minfra e do BNDES se comprometeram a avaliar outras ideias e projetos apresentados, como a de empresários que defendem a continuação do traçado original. Nos próximos meses, novas reuniões devem ocorrer em Goiânia e em Brasília, para a construção de uma saída consensual. O objetivo é que, em dezembro, seja possível submeter o novo traçado à sociedade de forma mais ampla, por meio de audiência pública.