O presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, falou nesta terça-feira, 17, sobre as consequências das medidas adotadas em Goiás para conter o avanço do coronavírus e o que a federação está fazendo para minimizar os prejuízos no comércio. “O comércio está sendo afetado diretamente na sua veia, vamos perder receita, diminuindo o funcionamento e correndo o risco de sermos obrigados a fechar o comércio”, afirma.
Segundo Baiocchi, o momento é de diálogo e isso está sendo feito com os chefes do poderes e com os empresários. Uma grande preocupação é com relação à região da 44, já que os comerciantes temem a abrangência do decreto que será publicado hoje pelo governo estadual limitando o funcionamento de uma série de estabelecimentos. “Cumpriremos o que for determinado”, assegura.
“Tenho falado com o governador [Ronaldo Caiado] e ele me transmitiu que a situação é de muita preocupação e que é preciso tomar as medidas necessárias para nos protegermos”, destaca o presidente da Fecomércio, ao frisar que levou a caiado sua preocupação em relação ao comércio visto que as despesas dos comerciantes são mensais e fixas, mas o lucro é diário.
Restrição ao comércio
Sobre a abrangência do decreto, Baiocchi diz que é preciso esperar a publicação mas adianta que estabelecimentos como academias, shoppings e comércio de rua estão na mira por serem espaços com muita circulação de pessoas. “O governador deixou muito claro que o comércio de alimentos e de medicamentos não será afetado, por isso não há necessidade de corrida ao supermercado para fazer estoque”, esclarece.
O trabalho da Fecomércio, segundo seu presidente, é a busca pelo equilíbrio entre manter a segurança de todos e ajustar a dose de sacrifício de cada um. Para isso, a federação irá levar um documento com reivindicações ao Estado e ao município, com o intuito de manter os empregos e evitar o fechamento de estabelecimentos comerciais após a pandemia.
“Estamos apreensivos com os impactos comerciais e de saúde também. Aqui em Goias já temos 9 casos e sabemos que a rede hospitalar tem um limite. Não podemos virar uma Itália, que, com todo o respeito, não tomou as medidas necessárias e sofre consequência terríveis”, avalia Marcelo. Ele relata que um dos pedidos é que as medidas duras sejam reavaliadas constantemente. “Nossa preocupação é no sentido de que as medidas adotadas não ultrapassem a necessidade”, completa.
Tributos
Baiocchi ressalta que o faturamento acontece quando o comércio está aberto. E, por isso, pedirá que os tributos não sejam exigíveis neste período de 120 dias, em que o setor será mais afetado com medidas restritivas. “Nossa proposta é que os tributos vencidos neste período não sejam cobrados agora, e que sejam parcelado entre seis a doze meses sem juros”, detalha ao citar que será pedido a prorrogação do ICMS, IPVA, IPTU e ISSQN e Protege.
Outro pleito é a criação de condições especiais e linha de crédito pela agência de fomento àqueles afetados pelas medidas determinadas pelos governos estadual e municipal. Em relação ao Procon, foi solicitado um diálogo em relação a eventos cancelados e o ressarcimento destes. “As empresas estão sendo pegas de surpresa e se organizam para atender aos clientes”, explica Baiocchi.
“Sugerimos ao governador algumas limitações, por exemplo, de grupos de risco a shoppings, limitações de vinda de ônibus de fora para grandes feiras e em relação ao horário de funcionamento do comércio. Mas em momento nenhum deixaremos de cumprir a lei”, reitera o representante da Fecomércio.
Sistema S
O Sistema S também se reorganiza com o fechamento de clubes, escolas e com a diminuição de 50% para contribuições de empresas para o Sistema S. “Estamos em plantão buscando informações e mantendo diálogo com os poderes. Sabemos que a lei precisa ser cumprida. O que estamos reivindicando é o diálogo para ajustar a dose”, pondera. “Queremos que essa pandemia passe logo e que o menor número de empresas fechem as portas após esse período”, acrescenta.
Sobre possíveis demissões, Marcelo Baiocchi afirma que se as sugestões forem acatadas e todos fizerem a sua parte, a tendência é que não sejam feitas demissões. “Até porque a demissão tem um custo alto e novas contratações após esse momento também. O que pedimos é que os empresários procurem os sindicatos para negociação sobre redução e carga horária e redução de 25% nos salários”, propõe.
Quem não cumprir a determinação do Estado estará sujeito às sanções comuns previstas neste caso que incluem o poder de polícia para fechamento do estabelecimento que descumprir o que for determinado.
Fonte: Jornal Opção