O deputado estadual goiano Amauri Ribeiro (União Brasil) foi indiciado pelo crime de racismo homofóbico após postar a foto de uma mão branca apertando o punho de um braço negro, que “veste” uma roupa de arco-íris (símbolo do movimento LGBTQIA+), com a frase “na minha família não!”. A imagem foi publicada em abril deste ano.

O Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri) da Polícia Civil concluiu a investigação na quinta-feira (15), após a Justiça determinar que Amauri fosse investigado como cidadão comum, sem foro político.

O g1 entrou em contato com o gabinete do deputado, por telefone e e-mail, às 17h desta sexta-feira (16), a fim de obter um posicionamento sobre o caso, mas as ligações não foram atendidas e a reportagem aguarda retorno do e-mail.

Entidades o denunciaram após a repercussão da imagem postada, em que ele estaria associando pessoas LGBTQIA+ a algo nocivo. Segundo o Geacri, o deputado objetivou “demonizar” pessoas gays, colocando-as como “uma ameaça ao modelo heterossexual”, fato que, conforme a polícia, extrapola a liberdade de expressão.

Investigação


Conforme apurado pelo Jornal O Popular, uma vez que Ribeiro conta com foro parlamentar, a polícia acionou a Justiça de Goiás sobre a possibilidade do inquérito. No entanto, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) se manifestou pela incompetência do Tribunal de Justiça, já que o suposto ato de homofobia apontado na denúncia não tem relação com o cargo de Ribeiro na Assembleia Legislativa.

“O deputado estadual Amauri Ribeiro teria feito publicação em sua rede social Instagram com conteúdo supostamente racista, ofendendo a comunidade LGBTQIA+. Destarte, não se verifica correlação entre a conduta atribuída ao referido autor dos fatos e o efetivo exercício de suas funções como parlamentar, o que justificaria a manutenção dos autos neste Tribunal”, argumentou o desembargador Amaral Wilson de Oliveira.

A Justiça, então, seguiu o parecer, autorizou o inquérito policial e o caso foi enviado de volta para a Polícia Civil, que o investigou e indiciou como cidadão comum pelo crime de racismo homofóbico, cuja pena varia de dois a cinco anos de prisão

G1 Goiás