A 22ª edição do Festival Bananada não vai acontecer em 2020. O organizador do evento, Fabrício Nobre, justificou que as crises de saúde e econômica causadas pela pandemia do coronavírus, em todo o mundo, inviabilizaram a realização de um dos maiores festivais alternativos do País, que tem Goiânia como sede. A data para a edição 2020 estava confirmada desde o encerramento do evento em 2019. Assim, aconteceria de 17 a 23 de agosto.

Em entrevista ao Aproveite a cidade, nesta quinta-feira (14/5), Fabrício Nobre afirmou, porém, que a 22ª edição do Festival Bananada já tem nova data. Por isso, tratou a questão como um adiamento. O evento, segundo ele, acontecerá em agosto de 2021 e deverá ter novo formato. “O planeta inteiro vai estudar e testar novos formatos. Não sabemos como vai ser possível fazer. Não sei se maior, menor, se misto entre físico e virtual, quem disser que sabe, está mentindo”, relatou o produtor cultural.

Questionado sobre quando foi tomada a decisão do adiamento, Fabrício afirmou que são necessários, pelo menos, de quatro a seis meses para se fazer negociações, pré-produção, desenhos e programação do evento. “Isso, no mínimo, para não dizer que é um trabalho que nunca para, de ano inteiro”, salientou.

Vale ressaltar que o isolamento social é uma das principais ferramentas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a contenção da pandemia de Covid-19. Atualmente, a indústria de cultura e entretenimento, que tem sua base fincada em eventos presenciais e, necessariamente aglomerando pessoas, está com atividades suspensas e sem qualquer previsão de retomada.

Até mesmo aglomerações menores, em salões de bares e restaurantes não podem acontecer. Em Goiás, tais estabelecimentos estão operando apenas por delivery. Portanto, a não realização de um evento de comoção popular, como o Festival Bananada, em agosto, já era cotada.

Adiamento e perspectivas para a cultura
Há menos de quatro meses de realizar um edição do Festival Bananada em 2020, Fabrício afirmou que algumas marcas estavam comprometidas com patrocínios que viabilizam o Festival Bananada. Além disso, alguns artistas vinham sendo trabalhados para fazer parte do line-up. Porém, segundo ele, todos já estavam cientes do hiato de um ano do evento físico, antes desta informação ser publicizada.

“Estamos em uma crise de saúde pública que nem começou. Além disso, uma [crise] econômica que se agrava a casa segundo que passa”, constatou Fabrício. Ele também comentou quais lições, prejuízos e perspectivas a pandemia traz para o cenário da cultura, principalmente em Goiás. “O prejuízo é que nem Estado, nem Município e muito menos o Governo Federal encaram a cultura e arte com prioridade. E agora está claro para todo mundo: sem arte, sem vida.”

Ações virtuais do Festival Bananada
Desde o início da pandemia do coronavírus o Festival Bananada já participou de duas ações virtuais, o Festival Fico Em Casa BR e o Devassa Tropical Ao Vivo. Segundo Fabrício Nobre, mais uma ação será realizada nas próximas semanas com um grupo internacional de criadores de arte, chamado In Place of War.

Trata-se de uma “organização global que usa a criatividade em locais de conflito como uma ferramenta para mudanças positivas”. Segundo informações do site o In Place of War, eles têm o objetivo de permitir “que os formadores de base da música, do teatro e das artes transformem uma cultura de violência e sofrimento em esperança, oportunidade e liberdade”.

Fabrício Nobre ainda disse que o Festival Bananada deve participar de mais ações virtuais nos próximos meses. Dessa maneira, o foco será na manutenção dos trabalhadores da música e das artes. Além disso, nas pessoas em situação de vulnerabilidade por causa da pandemia.

Dia Online