Continua alto o risco de desabar o prédio de dez andares atingido por um incêndio na região da 25 de Março, no centro da capital paulista, na madrugada de segunda-feira (11). .

O capitão Maycon Cristo, porta-voz do corpo de Bombeiros de São Paulo, afirmou, com exclusividade para a Agência Brasil, que ainda existe essa possibilidade de algum colapso parcial ou total de alguma estrutura do prédio. “É por isso que o nosso combate é externo, a gente optou em razão de garantir a segurança do profissional bombeiro que esse combate seja externo, essa avaliação é constante”.

Na manhã desta quarta-feira (13) os bombeiros continuavam a combater focos de incêndio com gruas externas.

“Em algum momento, quando a gente vir que existe segurança de atuar em alguma parte em específico, voltamos a atuar em algumas partes internas do prédio. Por hora, só na parte de fora”, explicou Cristo. Com essa estratégia, o bombeiro explica que o combate ao incêndio pode demorar um pouco mais.

Segundo o capitão, dos cinco prédios atingidos, alguns já colapsaram, estão interditados, alguns correm o risco de colapsar o teto, mas são prédios menores. “Então não teriam uma interferência ao redor, e o prédio maior, de dez andares, que ainda tem chama aberta, se ele colapsar, estão interditados alguns prédios vizinhos para que o dano seja só material e não tenha dano de vida”.

O capitão explicou ainda porque várias ruas no entorno continuam fechadas. “Precisamos de uma área mínima aqui no centro para a gente trabalhar. Por isso que algumas ruas ainda permanecem interditadas. Mas aos poucos vai voltando”.

Comércio
O comerciante Ademir Moraes, proprietário de três lojas no Shopping 25 de Março, estava aliviado com a abertura do espaço, que tem entradas pela Rua Barão de Duprat, que até essa manhã estava interditada. Ele lamentou o prejuízo dos dias fechados.

Moraes, que também é presidente da Associação Paulista de Empreendedores do Circuito de Compras, diz que sentiu muito e se solidarizou com os empresários do prédio que pegou fogo. Ele pontuou que todo o comércio do centro foi afetado. ”Muitas pessoas que normalmente vêm fazer compras aqui, não só no varejo, como por atacado, deixaram de vir. A perda foi muito grande porque essa perda não vai ficar só nesses três dias”, ressaltou o empresário, que entende que a prefeitura e o governo vão ter que “olhar com muito carinho, com muito amor pelo centro de São Paulo, em nível de revitalização e modernização”.

O Sindicato dos Comerciários também está no local para apoiar e esclarecer as dúvidas dos funcionários dos comércios. “Estamos aqui tirando as dúvidas dos trabalhadores e colocando a estrutura do sindicato e o nosso jurídico para qualquer orientação que o trabalhador precisar. O sindicato está com esse suporte para atender os trabalhador nesse momento difícil que estão perdendo vendas.

Ele afirmou que os funcionários das lojas fechadas devem receber pelos dias em que o comércio precisou ficar fechado. “No momento, não existe na lei que o trabalhador tenha prejuízo por conta que a loja esteja fechada. Isso não existe na lei ainda, esse custo ficaria para a empresa, o trabalhador não tem culpa disso. Mas, no momento, não houve nenhuma manifestação dessa natureza, nem pela parte patronal, nem pelos trabalhadores”, afirmou o diretor sindical, Marinaldo Medeiros.

Agência Brasil