O incêndio no Parque Nacional das Emas, no sudoeste goiano, foi controlado nesta terça-feira (13), após quase cinco dias de combate às chamas. De acordo com o diretor do parque, Marcos da Silva Cunha, o fogo atingiu quase 28 mil hectares e começou após a equipe “perder o controle” na construção de aceiros.
“O fogo foi controlado, estamos vendo apenas se ele não reinicia em algum lugar. Estamos fechando hoje a parte de combate e começando a extinção de possíveis focos em pontos isolados. Atingiu mais de 20 mil hectares”, explicou o diretor.
As chamas começaram na sexta-feira (9), por volta das 18h. A área é predominante de Cerrado com quase 133 mil hectares, distribuídos entre os municípios de Chapadão do Céu, Mineiros e Serranópolis. Um mapa divulgado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mostra como o incêndio avançou pela vegetação (veja abaixo).
Ainda conforme o diretor do parque, cerca de 60 homens atuam na área incendiada e a maior parte deles deve deixar o local nesta terça-feira. Os demais vão continuar até a extinção dos focos.
“A causa do incêndio começou na construção dos aceiros. Nossos dois caminhões deram pane mecânica. Isso ocasionou a perda de controle”, disse Marcos da Silva.
O diretor ainda conta que o tempo seco dificultou o trabalho dos brigadistas durante o combate às chamas. Já o parque está aberto para turistas porque a área de visitação foi preservada.
Como é feito um aceiro
O diretor explica que os brigadistas colocam fogo numa faixa da vegetação e vão apagando em seguida. Essa faixa queimada que fica serve como uma cerca de proteção, mas a situação saiu do controle e as chamas se espalharam. Ele conta que o trabalho precisa ser feito para evitar grandes queimadas em tempo seco.
“Tem que ser feito o aceiro, se não vem o fogo e queima o parque todo. É um trabalho muito complicado”, ressaltou.
O parque dispõe de dois caminhões para fazer os aceiros. Um deles estava no combate às chamas, mas as mangueiras de borracha não suportaram o calor do fogo. O segundo foi apagar incêndio em um brejo e atolou.
“Essa é uma consequência. O caminhão tinha que tentar apagar o fogo, como passou do brejo, fica difícil o combate manual. O que se pode fazer é tentar fazer um trabalho a noite, com mais recurso. Temos que buscar maneiras de aperfeiçoar, mas é um trabalho arriscado”, ponderou o diretor.
G1