O incêndio no Parque Nacional das Emas, no sudoeste goiano, já atingiu cerca de 20 mil hectares nesta segunda-feira (12) e começou após equipe “perder o controle” na construção de aceiros, segundo o diretor do parque, Marcos da Silva Cunha. Mais de 70 pessoas, entre brigadistas e bombeiros, atuam no combate às chamas (veja vídeo acima).
“A causa do incêndio começou na construção dos aceiros. Nossos dois caminhões deram pane mecânica. Isso ocasionou a perda de controle. Pulou um fogo. É uma operação de risco”, disse o diretor.
O fogo começou na sexta-feira (9), por volta das 18h. O local possui uma área predominante de Cerrado de quase 133 mil hectares, distribuídos entre os municípios de Chapadão do Céu, Mineiros e Serranópolis.
A direção informou que o parque está aberto porque a área de visitação foi preservado. Apenas uma trilha, mais remota, tem acesso limitado.
Segundo o diretor, o tempo seco dificulta o trabalho dos brigadistas durante o combate às chamas. “Não tem folha verde no parque, ou secou e caiu na água ou no chão”, ponderou.
“Devido a consequência de a vegetação estar muito seca, tudo está muito complicado esse ano. Além do acúmulo de material de áreas que não queimaram há alguns anos, o fogo geralmente não se apaga durante à noite”, explicou.
Nesta segunda-feira, o fogo foi contido dentro do parque, mas ameaça atingir áreas externas ao local, como fazendas e outras áreas de preservação. Segundo o diretor, os trabalhos se concentram no controle dessas chamas para evitar atinjam outros locais.
Como é feito um aceiro
Os brigadistas colocam fogo numa faixa da vegetação e vão apagando em seguida. Essa faixa queimada que fica serve como uma cerca de proteção, mas a situação saiu do controle e as chamas se espalharam.
O diretor do parque explicou que a construção dos aceiros é um trabalho de risco, mas que precisa ser feito para evitar grandes queimadas em tempo seco.
“Tem que ser feito o aceiro, se não vem o fogo e queima o parque todo. É um trabalho muito complicado”, ressaltou.
O parque dispõe de dois caminhões para fazer os aceiros. Um deles estava no combate às chamas, mas as mangueiras de borracha não suportaram o calor do fogo. O segundo foi apagar incêndio em um brejo e atolou.
“Essa é uma consequência. O caminhão tinha que tentar apagar o fogo, como passou do brejo, fica difícil o combate manual. O que se pode fazer é tentar fazer um trabalho a noite, com mais recurso. Temos que buscar maneiras de aperfeiçoar, mas é um trabalho arriscado”, ponderou o diretor.
Combate às chamas
No domingo (11), 30 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atuaram para extinguir o fogo. O Corpo de Bombeiros informou que equipes foram deslocadas de Goiânia para ajudar no combate.
“Mais 17 brigadistas chegaram, então, teremos 47 pessoas envolvidas na atividade. Dos bombeiros, nós tínhamos em torno de sete pessoas e agora estão chegando mais cerca de 20”, disse o diretor.
G1