A cúpula do G7 vai discutir medidas para uma “recuperação económica mais justa, sustentável e inclusiva que responda aos desafios únicos” que se vivem atualmente, anunciou hoje (11) o governo dos Estados Unidos (EUA).
O presidente norte-americano, Joe Biden, e os líderes do Grupo dos Sete concordaram em continuar as suas políticas de apoio à economia global, “enquanto for necessário”, para criar uma recuperação “forte e equilibrada”, de acordo com declaração da Casa Branca.
Na nota, as sete economias mais desenvolvidas dizem esperar que a saída da crise gerada pela pandemia “beneficie a classe média e as famílias trabalhadoras”.
Essas medidas seriam, se adotadas, adicionais ao imposto mínimo global sobre as sociedades que os ministros das Finanças do grupo acertaram na semana passada, durante reunião em Londres, e que os EUA consideram “prioridade”.
A taxa, que seria de pelo menos 15%, recebeu impulso decisivo de Biden desde a sua chegada à Casa Branca, depois de os Estados Unidos, sob Donald Trump, terem evitado comprometer-se com essa iniciativa, que está sendo discutida na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).
A medida é xconsiderada por Washington “passo crítico para acabar com a corrida de décadas ao fundo, que leva as nações a competir sobre quem oferece a taxa mais baixa às grandes empresas à custa da proteção dos trabalhadores, do investimento em infraestruturas e do crescimento da classe média”.
“Ao fazer com que as grandes multinacionais paguem a sua cota-parte e ao aumentar os recursos para financiar as prioridades de renovação interna, um imposto mínimo global sobre as empresas é parte fundamental dos nossos esforços”, acrescentou a nota.
A Casa Branca quer que os países ponham fim ao imposto digital que alguns deles adotaram e destaca que o plano afetará “as grandes multinacionais em geral, tanto nacionais quanto estrangeiras, e não apenas o setor tecnológico”.
Esse princípio “assegurará que as grandes multinacionais paguem um pouco mais nos locais onde operam, independentemente de estar ou não fisicamente sediadas lá”.
De acordo com o Financial Times, o Reino Unido pressiona para que o acordo de imposto sobre as sociedades não se aplique às empresas financeiras, o pilar da sua economia, e à City de Londres.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, acolhe hoje os líderes do G7, em cúpula considerada crucial para o combate e a recuperação mundial da pandemia de covid-19.
O encontro, que vai até domingo (13), realiza-se na Cornualha, no sudoeste da Inglaterra, e será a primeira presencial entre os líderes em dois anos.
O acesso equitativo às vacinas anticovid-19, com ênfase na redistribuição de doses excedentes dos países membros do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), estará no topo da agenda.
Os líderes do G7 também deverão discutir a transferência de tecnologias e recursos por países e farmacêuticas para facilitar e aumentar a produção de vacinas.
O regresso dos EUA ao Acordo de Paris representa uma oportunidade para avançar com mais compromissos no combate às alterações climáticas.
A participação de Joe Biden é oportunidade para maior união em relação à política externa, sendo esperadas discussões e declarações sobre as situações em Myanmar, no Afeganistão, na Etiópia, Bielorrússia, Líbia e no Irã.
As relações com a Rússia e a China deverão ser abordadas, depois de críticas feitas, em maio, pelos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, a Moscou e Pequim.
Além dos sete países, a cúpula da Cornualha conta com a participação da África do Sul, Austrália, Coreia do Sul e Índia, como convidados.
Participam ainda a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Agência Brasil