O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 17,7 bilhões em 2019, o que representa crescimento de 164% em relação ao ano anterior, quando obteve R$ 6,71 bilhões. Segundo o banco, o desempenho foi impulsionado pelo resultado das participações societárias.
“É um lucro líquido bem robusto. Um lucro recorde para o BNDES”, disse o presidente da instituição, Gustavo Montezano, no início da apresentação dos resultados, que estão sendo apresentados na sede do banco, no centro do Rio.
A venda de participações societárias, que contribuiu em grande parte para o desempenho financeiro do BNDES, somou R$ 16,25 bilhões, com lucro bruto de R$ 11,4 bilhões. A venda das participações era uma das metas transitórias do banco divulgadas no segundo semestre do ano passado.
No ano passado, o BNDES contribuiu com R$ 142,2 bilhões ao Tesouro Nacional, dos quais R$ 132,5 bilhões eram relativos à dívida com a União. Dentro desse total, R$100 bilhões foram liquidações antecipadas. Os pagamentos ordinários somaram R$ 23 bilhões, a título de dividendos, foram R$ 9,5 bilhões e, em forma de tributos, R$ 9,7 bilhões. A devolução de recursos ao Tesouro também era uma das metas transitórias divulgadas pelo banco no ano passado.
A carteira de crédito em dezembro de 2019 chegou a R$ 441,8 bilhões, com destaque para a redução de 0,84% da inadimplência no ano.
Gustavo Montezano disse que o BNDES continua com as operações de financiamento e crédito, mas destacou que foram adicionadas as ferramentas de serviços, como a elaboração de projetos. Segundo Montezano, um dos principais gargalos do desenvolvimento de infraestrutura no Brasil é a modelagem de projetos e, por isso, a instituição tem preparado a base para elevar a qualidade dos projetos, além de buscar de novos investidores.
“O banco coloca à disposição do desenvolvimento do Brasil a sua capacidade de empréstimos, a capacidade técnica de modelar projetos, de articular com investidores e financiadores domésticos e internacionais, e a capacidade de interagir com diversos entes de governo. É um reposicionamento do BNDES, porém sem tirar ele da sua missão final, que é desenvolver o Brasil”, completou.
No ano passado, o BNDES criou a fábrica de projetos de concessões e privatizações que, conforme a instituição, vai beneficiar diretamente a população com saneamento, transporte, saúde, educação e segurança, causando reflexos no nível de empregos, de renda e de tributos. O banco terminou o ano passado com uma carteira de 57 projetos, e a expectativa é a geração de R$ 176 bilhões de investimentos na economia brasileira.
Os financiamentos aprovados em 2019 vão permitir o aumento de 1773 MW na capacidade de geração de energia elétrica, dos quais, 1208 MW são de fontes renováveis. O total atende 14,6 milhões de habitantes.
Trimestre
O lucro líquido do BNDES no quarto trimestre do ano passado atingiu R$ 1,2 bilhão e significa 2,5 vezes o que foi obtido no mesmo período em 2018 e queda de 55% na comparação com o terceiro trimestre de 2019.
Fonte: Agência Brasil