O presidente do Crea em Goiás, Lamartine Moreira, e o conselheiro regional Ricardo Ferreira enviaram ofício ao secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos de Goiânia, Luiz Bittencourt, solicitando a reinterdição urgente da ponte sobre o córrego Água Branca, na Avenida das Pirâmides, setor Jardim Califórnia.
De acordo com o documento, em vistoria realizada no dia 8 de fevereiro, foi constatado que a ponte “não apresenta condições adequadas de segurança aos seus usuários”. Os representantes do Crea apontam ainda que a ponte apresenta “graves danos em sua mesoestrutura, em particular, nos elementos de cortina, muros de ala e pilares”. O ofício foi acompanhado por registros fotográficos, mostrando problemas da ponte.
O Conselho goiano alerta que, nas condições atuais, a necessidade de interdição da ponte é urgente, até que as intervenções de engenharia necessárias para o reestabelecimento de condições seguras e condizentes com a liberação do tráfego sejam realizadas. O Crea ainda ressalta a necessidade de “apropriada fiscalização para garantir o impedimento do tráfego local até que sejam providenciadas as obras de recuperação”.
Histórico
A vistoria da ponte sobre o córrego Água Branca foi realizada pelo conselheiro Eng. Civ. Ricardo Barbosa, no dia 8 de fevereiro, após entrevista concedida à PUC TV sobre as condições de pontes em Goiânia. Ricardo Barbosa é um dos responsáveis pelo Relatório de Vistoria das Obras de Arte Especiais (OAE’s) de Goiânia, elaborado por representantes do Crea, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Estado de Goiás (Ibape-GO).
O relatório foi apresentado pelo grupo durante coletiva de imprensa realizada em março de 2019, quando também foi encaminhado à Prefeitura de Goiânia. A atividade foi destinada à realização de vistorias em pontes e viadutos – definidas como Obras de Arte Especiais (OAE’s) – de Goiânia, com base na norma ABNT NBR 9452:2016, que estabelece uma metodologia para classificar o estado de conservação das estruturas. No total, foram vistoriados 51 pontes e 17 viadutos da capital.
A ideia foi estabelecer critérios de priorização para intervenções corretivas, com vistas a elevar a vida útil das estruturas, garantir sua estabilidade estrutural e segurança para seus usuários, além de minimizar custos destinados à reabilitação das OAE’s. Como conclusão do estudo, foram identificadas um total de 230 ocorrências de manifestações patológicas nas 68 OAE’s vistoriadas.
A aplicação da metodologia do Grau de Deterioração (GD) apontou a ponte localizada na Av. T-63, sobre o córrego Cascavel, como a de maior prioridade de intervenção, sendo que o relatório, que foi divulgado há quase dois anos, concluiu que, à época, 10 OAE’s (15% do total) necessitavam de intervenção imediata ou de curto prazo, além de inspeções extraordinárias ou especiais.