Jair Bolsonaro afirmou que deve enviar a indicação do filho para o Congresso na semana que vem. Deputado federal precisa passar por uma sabatina e seu nome ainda precisa ser aprovado em votação no Senado.
Os Estados Unidos formalizaram o aval para indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), filho de Jair Bolsonaro, para ser o embaixador do Brasil em Washington.
Na manhã desta sexta-feira (9), o presidente Bolsonaro indicou que deve enviar o nome de Eduardo ao Congresso no início da semana que vem. “Pode ser segunda, terça”, disse.
Antes de assumir o posto, Eduardo Bolsonaro precisa passar por uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores. Ao final da sabatina, o colegiado submete a indicação à votação secreta. Independente da aprovação ou rejeição nessa comissão, o plenário do Senado precisa referendar o resultado, também em voto secreto com maioria simples.
O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tem uma reunião prevista com Eduardo Bolsonaro na manhã desta sexta em Brasília.
Trump elogiou Eduardo
Normalmente o “agrément”, como é chamado esse processo de consulta, é feito de maneira sigilosa para evitar constrangimento no caso de o país que vai receber o embaixador rejeitar o nome indicado.
Porém, Jair Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trataram do assunto publicamente. O chefe de estado brasileiro anunciou sua intenção de indicar o filho quando ele completou 35 anos – condição para assumir o posto.
No fim de julho, Trump já tinha elogiado a escolha de Eduardo para a representação diplomática. “Conheço o filho dele [Jair Bolsonaro], e eu considero que o filho dele é extraordinário, um jovem brilhante, incrível, estou muito feliz pela indicação”, disse Trump.
Na avaliação de Trump, a indicação não configuraria nepotismo. “Não, eu não acho que é nepotismo porque o filho ajudou muito na campanha. O filho dele é extraordinário, ele realmente é”, afirmou.
Trump nomeou a filha Ivanka como assessora especial do governo e o marido dela, Jared Kushner, como conselheiro sênior. Como funcionários de alto escalão da Casa Branca, filha e genro do presidente não estão na folha de pagamento. Assim, escapam da lei antinepotismo que vigora desde 1967.
Importância da embaixada em Washington
O posto de embaixador brasileiro em Washington está vago desde abril, quando Ernesto Araújo decidiu transferir o então embaixador Sergio Amaral para o escritório de representação do Itamaraty em São Paulo.
A nomeação de Eduardo Bolsonaro quebraria uma tradição do Itamaraty em selecionar somente diplomatas com longa experiência para a função. O poder econômico norte-americano e o tamanho da comunidade brasileira nos EUA tornam o cargo um dos mais visados pelos diplomatas de carreira.
Os Estados Unidos têm a maior economia do mundo, constituem uma das principais lideranças militares e econômicas mundiais. Até poucos anos atrás, os EUA representavam o maior parceiro comercial do Brasil. Atualmente, a China detém esse posto.
Quanto à comunidade brasileira, estima-se que mais de 1 milhão de brasileiros vivam nos Estados Unidos. As representações brasileiras no país prestam serviços como emissão de passaportes, atendimento a emergências envolvendo cidadãos nacionais e até o envio de funcionários para visitas a presos – sem intermediar diretamente, entretanto, a relação do brasileiro com a Justiça local.
Parte desses brasileiros reside nos EUA de maneira clandestina, sem visto ou com o documento expirado. Cumprindo suas promessas de campanha, Trump endureceu a política migratória e, recentemente, as autoridades norte-americanas iniciaram operações para deter estrangeiros em situação irregular.
Aproximação Brasil- EUA
Recentemente, a aproximação entre os governos brasileiro e americano acelerou a inclusão do Brasil na lista de aliados prioritários extra da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O governo brasileiro também informou que foram iniciadas oficialmente as negociações para o fechamento de um acordo comercial com os EUA.
Fonte: Portal G1