Uma segunda pessoa foi presa, na madrugada desta quinta-feira (8), suspeita de participar de comércio ilegal de doses de vacina contra a Covid-19 em Goiás. Segundo o secretário estadual de Segurança Pública, Rodney Miranda, o primeiro preso indicou o nome do segundo investigado, que foi detido na Avenida T-9, em Goiânia, e nega participação nos crimes.
“Ontem, esse preso indicou um segundo partícipe, as equipes da polícia e eu estivemos na T-9, em Goiânia. Esse indivíduo foi preso e autuado também. Os dois negam. Um aponta que o outro foi responsável por trazer essas vacinas”, afirmou.
Os nomes dos presos não foram divulgados pelas autoridades policiais, por isso o G1 não conseguiu identificar os responsáveis pelas defesas deles para pedir um posicionamento sobre o caso.
Venda por aplicativo
O primeiro homem a ser preso suspeito de vender ilegalmente vacinas contra a Covid-19 foi detido na porta de um supermercado em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, na quarta-feira (7), após uma denúncia anônima de uma pessoa que teria recebido essa oferta. Ele levava consigo três ampolas do imunizante, segundo os policiais.
A Polícia Militar e a Guarda Civil informaram que o detido tentava vendê-las por R$ 450 cada, via aplicativo de celular. Os agentes acharam outras 17 ampolas na geladeira da casa dele.
No total, foram apreendidas 20 ampolas em posse do investigado, quantidade suficiente para vacinar 200 pessoas com a 1ª dose. Segundo os policiais que fazem parte dessa investigação, o preso confessou já ter vendido um primeiro lote inteiro dessas vacinas.
Investigações
Rodney também contou que as investigações continuam nesta manhã para identificar de onde as vacinas vieram e quem mais está envolvido no crime. As apurações também seguem no sentido de identificar de onde as ampolas apreendidas foram furtadas ou desviadas.
“Estamos em fase pericial, analisando conteúdo de celulares, contas bancárias, transferências de recursos para o indivíduo preso e para outras pessoas. A gente ainda não chegou a quem fez o desvio ou furto, mas devemos chegar nas próximas horas”, detalhou.
Ainda de acordo com o secretário, tudo indica que os frascos apreendidos são de CoronaVac que saíram de um lote de 64 mil doses enviado pelo Ministério da Saúde ao Centro-Oeste.
Há suspeitas de que essas doses teriam como destino original o Distrito Federal, já que o primeiro preso teria dito aos policiais que foi lá que conseguiu as doses, mas Rodney disse que ainda não descarta a possibilidade de serem parte de um carregamento destinado a Goiás.
O secretário também detalhou que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) está trabalhando em conjunto com os investigadores para tentar rastrear de onde vieram as ampolas apreendidas e até saber se elas ainda podem ser usadas ou se devem ser descartadas por causa da forma como estavam armazenadas ou por outro motivo.
O G1 entrou em contato com a SES às 8h pedindo informações sobre essa auditoria e aguarda retorno.
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