O deputado Raul Henry (MDB-PE) vai ser o relator para o novo parecer da proposta do voto impresso. Ele foi escolhido pela presidência da comissão que analisa o tema.
Mais cedo, o deputado Júnior Mano (PL-CE), que seria o relator, declinou da posição. Ele havia sido escolhido na noite de quinta-feira (5), e disse que não teria tempo hábil para preparar o material.
Também na noite de quinta, a comissão especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso rejeitou o texto, por 23 votos a 11. Foi uma derrota para o governo Jair Bolsonaro.
Diante da rejeição, um novo parecer, contrário ao projeto, tem que ser aprovado. O novo relator, Raul Henry, votou contra o voto impresso.
Henry disse que foi chamado de “supetão” e que está conversando com outros parlamentares que também se posicionariam contra o texto para definir um parecer “sucinto”.
Lira
O presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), chegou a dizer na noite de quinta, após a rejeição do projeto do voto impresso, que o tema iria para o plenário da Câmara.
Isso é uma surpresa porque a expectativa era que, se o assunto fosse rejeitado na comissão, terminaria na própria comissão
O líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), afirmou ao G1 que “o parecer vencedor pode ir a plenário, mas depende de o presidente Arthur Lira pautar. A comissão tem caráter opinativo, não terminativo”. “Mas acredito que ele não pautará o tema”, completou.
Em meio à indefinição, o presidente da Câmara anunciou que fará um pronunciamento no fim desta tarde. O tema do discurso, no entanto, não foi informado.
Para valer nas eleições de 2022, qualquer mudança nas regras eleitorais tem de ser aprovada até outubro deste ano.
Bolsonaro
A impressão do voto é uma das bandeiras do presidente Jair Bolsonaro, que costuma lançar suspeitas de fraude em relação ao voto eletrônico — sem nunca ter apresentado provas de qualquer irregularidade.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta quarta-feira (4) a inclusão do presidente Jair Bolsonaro como investigado no inquérito que apura a divulgação de informações falsas.
A apuração levará em conta os ataques, sem provas, feitos pelo presidente às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral do país.
Em razão dos repetidos ataques ao sistema eleitoral e ao Judiciário, o presidente do STF, Luiz Fux, anunciou nesta quinta o cancelamento da reunião dos chefes de poderes.
O convite para o encontro foi anunciado em 12 de julho, quando Fux e o presidente Jair Bolsonaro se encontraram na sede do STF em meio aos constantes ataques do presidente ao sistema eleitoral e a ministros do Supremo.
Nos últimos dias, Bolsonaro passou a reiterar diariamente as críticas ao sistema eleitoral e aos ministros – e chegou a ameaçar agir fora dos limites da Constituição.
G1