Já 36% disseram que a data merece comemoração. O instituto entrevistou 2.086 pessoas em 130 municípios entre terça (2) e quarta-feira (3). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Pesquisa Datafolha, veiculada neste sábado (6) no jornal “Folha de S.Paulo”, aponta que a comemoração da data que marcou o início da ditadura militar no Brasil, incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro no mês passado, não tem o apoio da maioria da população.
Para 57% dos entrevistados, o golpe de 31 de março de 1964, deve ser desprezado; 36% disseram que a data merece comemoração.
O instituto entrevistou 2.086 pessoas em 130 municípios entre terça (2) e quarta-feira (3). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança (que é a chance de a pesquisa retratar a realidade) é de 95%.
Outros 7% não souberam responder ou não quiseram opinar sobre o tema.
No último dia 25 de março, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que Bolsonaro havia determinado ao Ministério da Defesa “comemorações devidas” e alusivas ao dia 31 de março em quartéis. Depois, o presidente disse que a ideia era rememorar, e não comemorar o golpe de 1964.
O desprezo à data do golpe tem maior apoio entre os mais jovens, mais escolarizados e mais ricos da população. Entre as pessoas de 16 a 24 anos, 64% são contrários à comemoração da data. A porcentagem chega a 67% entre quem tem ensino superior e a 72% entre os de renda familiar mensal superior a dez salários mínimos.
Segundo o Datafolha, foram favoráveis à celebração do golpe 42% das pessoas com mais de 60 anos, 43% dos que têm ensino fundamental e 39% dos que têm renda mensal familiar de até dois salários mínimos.
Outro recorte sobre o levantamento do instituto mostra que 53% dos evangélicos entrevistados rejeitam as comemorações relativas ao início da ditadura militar – 39% aprovam festejos pela data.
Após as declarações do porta-voz da Presidência, a Defensoria Pública da União foi à Justiça contra as comemorações, assim como familiares de vítimas da ditadura.
A Justiça Federal chegou a proibir eventos similares, mas a liminar acabou cassada.
Fonte: Portal G1