Projeto agora segue para segunda votação. Com a presença de servidores, matéria foi discutida à exaustão na Assembleia.

Após muita discussão, o projeto de Lei que autoriza a venda de 49% das ações da Saneago foi aprovado em primeira votação. Apesar das falas da oposição e dos protestos de servidores, que insistem que se trata de uma privatização, o projeto foi aprovado, chancelando o discurso do governo de que a abertura de mercado não significa perda total do controle pelo Estado.

A votação foi fechada e a matéria aprovada com 26 votos favoráveis e oito contrários. Votaram contra os deputados Adriana Accorsi (PT), Lucas Calil (PSD), Rubens Marques (Pros) , Antônio Gomide (PT), Leda Borges (PSDB), Gustavo Sebba (PSDB), Claudio Meirelles (PTC) e Helio de Sousa (PSDB).

Matéria foi aprovada com emenda que garante que 30% dos recursos seja destinado a investimentos no saneamento.

Na discussão, deputados da oposição argumentavam que se tratava de um pontapé para privatização da Saneago, mas o líder do Governo reforçou que o Estado ainda terá controle sobre 51% das ações. Bruno Peixoto (MDB), inclusive, questionou parlamentares que hoje discursam contra esse projeto, mas foram favoráveis à privatização da Celg. Na tribuna, oposicionistas alegaram que a Celg se encontrava em situação mais calamitosa que a Saneago.

Henrique César (PSC) diz que o projeto não é privatização, diferente do caso da Celg. “É muito diferente, ela foi vendida a toque de caixa sem que se tivesse ideia de para onde iria o dinheiro. Parabenizo o deputado Rubens Marques que encaminhou voto contrário, mas apresentou uma emenda que garante no mínimo 30% dos recursos para o investimento em saneamento”, afirmou.

Oposição  

A oposição tentou obstruir a votação, mas a base conseguiu quórum suficiente para colocar a matéria em plenário. A pedido do líder do governo, Bruno Peixoto, houve prorrogação da sessão por mais duas horas para que o texto pudesse ser aprovado ainda nesta terça.

O deputado Gustavo Sebba (PSDB) contestou o fato de a votação não ter sido nominal. Ele indagou o motivo dos deputados da base em não querer seus nomes divulgados. “Eu declaro meu voto: contra! Os deputados têm que ter bom senso e pedir para que o governador Ronaldo Caiado que retire esse projeto desastroso”, disse.

Adriana Accorsi (PT) afirmou que saneamento é um setor estratégico e não deve ser privatizado. Para ela, pode acontecer o mesmo que houve com a Celg, em que a empresa foi vendida e “não houve melhoria da qualidade”.

Fonte: Jornal Opção