A cada 100 mil moradores de Goiás, 1,3 mil têm ou tiveram dengue este ano, segundo boletim epidemiológico do Ministério da Sáude (MS). O órgão indica que essa incidência é cinco vezes maior do que a média em todo o Brasil, que é de 254 diagnósticos para cada grupo do mesmo número de pessoas. Anápolis, a 55 km de Goiânia, foi uma das cidades que identificou aumento expressivo da doença e deixou duas unidades de saúde exclusivamente para tratar pacientes com dengue.

Os dados do MS foram divulgados na última sexta-feira (29). O mesmo estudo mostra que, entre janeiro e abril deste ano, Goiás registrou 98,4 mil casos de dengue. A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) informou que trabalha junto aos municípios – enviando produtos e orientações – para combater a doença (veja nota na íntegra ao fim da reportagem).

Com base na situação mostrada pelo boletim epidemiológico do MS, o infectologista Marcelo Daher comentou que a melhor forma de lidar com maior número de pessoas com a doençaé diagnosticar rapidamente os casos e pensar em soluções para atender prontamente essas pessoas.

“Talvez tendas de hidratação, laboratórios de prontidão para fazer exames […] e atender esse paciente mais rapidamente com hemogramas, principalmente, e a sorologia”, disse.

Segundo a Prefeitura de Anápolis, duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) passaram a atender só casos de dengue. Somando todos os atendimentos de uma unidade de saúde, a administração registrou quase cinco mil a mais no último mês e atribui esse aumento à alta de pessoas com a doença.

Uma UPA de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, a média é de 500 atendimentos por dia, segundo a administração do local. Diretor da unidade, Paulo Renato Silva disse que, a cada dez pacientes, oito estão lá por causa da dengue. Por causa disso, eles aumentaram o número de médicos em serviço de sete para onze. “Praticamente nós voltamos à mesma equipe que tínhamos durante a pandemia”, disse.

Nota da Saúde de Goiás:


A propósito das questões formuladas por este veículo de comunicação, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás informa o que segue:

-O Governo de Goiás realizou uma série de ações no combate ao Aedes como a distribuição de 720 unidades de bombas costais motorizadas para os 246 municípios do Estado, com manutenção de outras 211 já existentes; 20 veículos para liberação de inseticidas em vias urbanas (fumacê) contemplando as regionais de saúde do Estado e para Goiânia, e de inseticidas para as 18 Regionais de Saúde.

-A SES-GO intensificou a a mobilização e intensificação das orientações com os gestores municipais de saúde, limpeza urbana, infraestrutura, meio ambiente, educação, comunicação, entre outros, para definição de estratégias de enfrentamento intersetorial, por meio de manejo ambiental, vigilância epidemiológica e atenção à saúde.

-Para alinhamento das ações, foram promovidos encontros com secretários e entidades municipais, capacitações com profissionais de saúde e frentes de limpeza e combate ao vetor em vários municípios. A Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) da SES-GO fiscalizou os municípios com maior incidência de casos e nos quais foram identificados altos índices de infestação predial durante o Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa), realizado em janeiro/2022. O objetivo, com essas medidas, é o de ajudar os municípios a frear o avanço da dengue.

-A SES-GO envia medicamentos básicos aos municípios para o tratamento dos pacientes e mantém contato com os de maior incidência de dengue para colaborar com a a reorganização de leitos nas unidades municipais de Saúde. O Hospital de Estadual de Doenças Tropicas Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) dispõe de leitos para assistência aos casos mais graves, sendo unidade de referência da rede assistencial.

-O número de casos de dengue é acompanhado rotineiramente pela SES e publicado em boletins epidemiológicos disponíveis no site da pasta: https://www.saude.go.gov.br/boletins-informes.

-O governo estadual realiza informes constantes e campanha publicitária para que a sociedade também possa ser informada a motivada a colaborar com a eliminação de criadouros do mosquito transmissor, deixando as suas residências livres de ambientes propícios à reprodução de Aedes aegypti, como pneus, vasilhames abertos, caixas d´ água descobertas, acúmulo de água parada e entulhos.

G1