O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu hoje (4) aos países vizinhos da Rússia que não aumentem as tensões, oito dias depois que Moscou enviou suas forças para a Ucrânia.
“Não há más intenções em relação aos nossos vizinhos. E eu também os aconselharia a não agravar a situação, a não introduzir quaisquer restrições. Cumprimos todas as nossas obrigações e continuaremos a cumpri-las”, disse Putin em comentários transmitidos pela televisão.
“Não vemos aqui qualquer necessidade de agravar ou piorar nossas relações. E todas as nossas ações, se surgirem, são sempre exclusivamente em resposta a algumas ações hostis, ações contra a Federação Russa.”
Putin foi mostrado na TV participando online, de sua residência fora de Moscou, em uma cerimônia de hasteamento da bandeira de uma balsa no Norte do país.
Guerra de informação
O Parlamento da Rússia aprovou nesta sexta-feira lei que impõe pena de prisão de até 15 anos por divulgação intencional de informações “falsas” sobre as Forças Armadas, enquanto Moscou reage ao que classifica como guerra de informações sobre o conflito na Ucrânia.
Autoridades afirmam repetidamente que informações falsas têm sido espalhadas intencionalmente por inimigos da Rússia, como Estados Unidos e seus aliados da Europa Ocidental, na tentativa de semear discórdia entre o povo russo.
Os parlamentares aprovaram emendas ao código criminal, tornando a disseminação de informações “falsas” crime que pode ser punido com multas ou penas de prisão. Os parlamentares também impuseram multas por pedidos públicos de sanções contra a Rússia.
“Se as falsidades levarem a sérias consequências, há risco de prisão de até 15 anos”, disse a câmara baixa do Parlamento, conhecida como Duma em russo, em comunicado.
A Duma delineou escala móvel de punições para qualquer um que tenha desacreditado as Forças Armadas, com penalidades mais duras para aqueles que intencionalmente espalham informações falsas ou pedem ações públicas.
As emendas, que não puderam ser vistas pela Reuters no site da Duma, parecem dar ao Estado russo poderes muito mais fortes para reprimir.
“Literalmente, a partir de amanhã (5) a lei reforçará a punição – e punição muito dura – para aqueles que mentiram e fizeram declarações que desacreditaram nossas Forças Armadas”, disse Vyacheslav Volodin, presidente da Duma.
Agência Brasil