Depois dos resultados da votação de domingo (2), aliados do ex-presidente Lula (PT) estão traçando estratégias para a campanha no 2º turno. Uma das iniciativas pensadas pelo QG do petista é uma “carta aos brasileiros” dirigida aos conservadores.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, vai buscar articulação com Eduardo Leite, candidato a governador do RS, e de Rodrigo Garcia, derrotado na disputa pelo governo de SP. Ela também buscou os partidos de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) para tentar uma aliança para o segundo turno.
Outra linha de ação é a agenda religiosa. A avaliação da campanha é que a fake news de que Lula fecharia igrejas pode ter contribuído nos últimos dias para o crescimento de Jair Bolsonaro (PL) em relação ao que indicavam as pesquisas eleitorais. Nessa frente, aliados querem a participação ativa de Geraldo Alckmin (PSDB) e – especialmente – de Marina Silva (Rede), que entrou no fim da campanha lulista e tem muita credibilidade junto a esse público.
A ideia é articular não apenas na esfera política, mas ampliando a atuação para outros nichos.
Camilo Santana (PT), ex-governador do Ceará e eleito senador, vai reforçar a coordenação da campanha, cujos integrantes devem se reunir na tarde desta segunda (3).
Na opinião dos aliados do ex-presidente, a expressiva votação de candidatos bolsonaristas para a Câmara dos Deputados e para o Senado tem relação com o orçamento secreto; segundo eles, Bolsonaro usou o que podia e não podia com a máquina para garantir apoio.
Já no caso da disputa pelo governo de São Paulo, a avaliação é que o partido precisa ir para o enfrentamento; para Gleisi, Haddad precisa “ir para cima” de Tarcísio de Freitas, seu opositor.
Na campanha do 2º turno, a estratégia de Jair Bolsonaro será reforçar a guerra ideológica – a linha Carluxo. O presidente deixou isso claro no discurso que fez ontem após a confirmação de que ele irá para novo embate com Lula em 30 de outubro.
Auxílio Brasil: governo antecipa parcela para terminar pagamentos antes do 2º turno
A ala política dos aliados de Bolsonaro quer uma campanha diferente na televisão, mas Carlos Bolsonaro insiste que a estratégia dele, de focar em questões ideológicas, é o que reforça o conservadorismo e desequilibra o jogo.
A nova fase da campanha deve ter mais participação de Michelle Bolsonaro, esposa do presidente, além de apoio das bancadas conservadoras, com aliados como Damares Alves e Ricardo Salles, eleitos para o Senado e a Câmara dos Deputados, respectivamente.
Também haverá um movimento forte pelo apoio de ACM Neto, que disputará o 2º turno para governador na Bahia, e de Romeu Zema, eleito para o governo mineiro no 1º turno.
Além disso, o presidente vai continuar a tentar tirar frutos eleitorais do Auxílio Brasil. Segundo Fabio Wajgarten, um dos integrantes da campanha de Bolsonaro, ele vai prometer uma 13ª do Auxílio Brasil para as mulheres a partir de 2023.
G1