A Polícia Civil apreendeu nesta terça-feira (3) um celular e computadores durante uma operação contra a venda irregular de uma carga de madeira apreendida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e doada à Prefeitura de Rubiataba, região central do estado. A suspeita é que o valor foi usado por um ex-secretário em benefício próprio. A madeireira que comprou o material pertence a um funcionário municipal.

Ao todo, o Ibama apreendeu 28,8 mil metros cúbicos de madeira no dia 19 de fevereiro deste ano. A prefeitura, então, pediu que a carga fosse doada para a construção e reforma de pontes. O prefeito Weber Severino (PSD) assinou um termo que proibia que o material fosse repassado para outras pessoas.

O delegado André Veloso disse, no entanto, que a madeira foi retirada da prefeitura e vendida a uma madeireira pelo então secretário de Transportes, Vitor Vinício de Souza. O valor combinado pela carga foi de R$ 49 mil.

O prefeito de Rubiataba informou que, ao ser comunicado da suspeita de irregularidade, exonerou o secretário e iniciou uma sindicância interna para apurar os fatos. “É interesse máximo da prefeitura e desta administração que a verdade dos fatos seja esclarecida. Já nos colocamos à disposição da Justiça para prestar todas as informações necessárias”, disse o gestor em nota.

G1 não conseguiu contato com o ex-secretário de Transportes. O nome do dono da madeireira não foi divulgado pela polícia e, por isso, a reportagem não conseguiu identificar a defesa dele. A reportagem também entrou em contato com o Ibama por email às 10h10 e aguarda retorno.

“Não houve nenhuma formalização dessa venda e o valor de R$ 49 mil foi deixado em aberto na madeireira, para quando a prefeitura precisasse, ir pegando produtos e descontando desse total”, disse o delegado.

A polícia informou ainda que a casa do ex-secretário passou por uma grande reforma, inclusive com a expansão do telhado. A investigação quer descobrir, agora, se os materiais usados na reforma, inclusive a madeira, vieram da madeireira que comprou a carga.

A investigação quer identificar se houve a participação de mais agentes públicos na venda irregular da madeira. Os crimes investigados são de contratação direta e peculato. A polícia vai analisar o material apreendido e, depois, ouvir o ex-secretário de Transportes e o prefeito.

Além dos mandados de busca e apreensão, a polícia conseguiu na Justiça que o ex-secretário seja proibido de se aproximar dos locais relacionados à investigação, além de não poder exercer cargo público. O ex-secretário também teve o bloqueio financeiro no valor de R$ 100 mil.

G1