Um dos fatores que levam uma empresa a ser lembrada pelo público é a identidade visual. De acordo com Marcos Machado, professor de branding da ESPM, uma identidade visual bem desenvolvida é o caminho para a construção de uma marca forte – e possivelmente mais vendas, até a preços superiores em relação ao concorrente.

“Uma comunicação visual consistente faz com que uma pessoa bata o olho em uma determinada imagem e associe isso à sua marca”, diz Luciana Cardoso, diretora criativa da AMARO.

Após estabelecer o nome do negócio, é preciso investir na criação de uma identidade forte, que transmita bem o significado da marca. Saiba como fazer isso:

1. Tenha claro quais são missão, visão e valores da empresa

Segundo Luciana, esse é o primeiro passo para pensar em uma identidade visual bem-sucedida. Ela destaca que é preciso estabelecer uma personalidade para que a identidade seja refletida durante o processo de vendas. “O produto, no fim do dia, materializa o que uma marca significa”, salienta.

2. Escolha aquilo que irá representar seu negócio

Outro ponto importante é pensar no propósito que será entregue ao consumidor. Uma vez que o empreendedor tenha identificado o setor de atuação, é preciso refletir sobre o significado da sua marca. Algumas associações são imediatas: negócios de tecnologia, por exemplo, têm conexão com a cor prata. Já as empresas ligadas ao meio ambiente usam bastante verde, que remete à natureza. 

Os símbolos também podem despertar sensações, explica Machado. O círculo, por exemplo, passa a ideia de aconchego. “Escolha cores, formas e traços que ajudem a iniciar o processo de construção do significado”, diz o professor.

3. Crie algo para o público

Machado aponta que um erro comum cometido por empreendedores é a criação de um nome e um logotipo que sejam atrativos do seu ponto de vista apenas. Segundo ele, é necessário ter em mente que o receptor da mensagem é o cliente. Por isso é importante realizar uma análise profunda de identificação do público-alvo.

4. Busque ajuda

Procure alguém especializado em design para auxiliar no processo de elaboração da identidade visual. Ao trabalhar com pessoas que saibam de conceitos e aspectos aplicados à imagem, a empresa tem mais chances de sucesso. Machado reitera que existem ajudas de diferentes portes, que vão desde profissionais recém-formados até grandes consultorias de marketing. Opte por aquele que estiver dentro do seu orçamento.

5. Não se esqueça da sua loja

Os empreendedores que contam com um ponto de venda devem saber que o espaço físico é como a embalagem do negócio, diz Machado. O local deve ser capaz de entregar ao cliente a experiência da imersão na marca – e isso só será possível se a loja estiver alinhada com a identidade visual.

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É importante pensar na imagem da empresa as redes sociais (Foto: Reprodução/Pexel)

6. Invista na imagem das redes sociais

As redes sociais são canais de comunicação indispensáveis para um negócio. É por meio delas que as marcas têm contato direto com os consumidores. “As mídias digitais têm o poder de criar comunidades”, afirma Luciana. Os chamados brand lovers são aqueles que fazem parte do dia a dia da empresa nas redes sociais e que gostam genuinamente da marca, conectando-se com os propósitos e os valores da empresa.

Segundo Machado, a identidade visual deve ser flexível. Pense na funcionalidade do seu logotipo nas diferentes plataformas – como Instagram, Facebook e LinkedIn. Para o especialista em branding, existem símbolos que naturalmente são mais adaptáveis do que outros, como é o caso do logotipo da Nike, que se molda facilmente a diferentes cores e espaços. “Quanto menos detalhes o logo tiver, mais flexível será nas aplicações”, aponta.

7. Conte com um time alinhado ao significado da marca

Mais do que ter a personalidade e a visão de marca bem definida, contar com um time alinhado às expectativas da empresa é indispensável, aponta Luciana. O chamado “brandbook” – ou livro da marca, usado como manual – serve como um guia para as ações de branding. Com ele, os profissionais saberão como a empresa se comunica, desde os dados mais intangíveis, como missão, visão e valores, até aqueles que serão materializados, como as cores e tipologias características da marca.

8. Evite mudanças desnecessárias na identidade visual

Machado indica que tais alterações sejam feitas em duas situações: quando o padrão estético muda e nos momentos em que a marca passa por um reposicionamento. No primeiro caso, o professor comenta que as mudanças muitas vezes são tão pequenas que passam despercebidas pelo cliente, mas mantêm a identidade de acordo com as tendências do mercado.

O segundo caso ocorre quando a empresa deseja ressignificar a marca, seja por conta de um problema interno ou por uma oportunidade de reposicionamento estratégico. Mas lembre-se: mudanças de identidade visual são trabalhosas e podem ter alto custo.