Região registrou maior avanço na expansão do emprego industrial em aglomerações, de apenas 1,74% do total em 1995 para 5,16% em 2015.
O estudo Perfil e Dinâmica das Desigualdades Regionais do Brasil em Territórios Industriais Relevantes, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que o mapa da indústria brasileira está mudando. Apesar do tímido crescimento do setor no país, houve uma dispersão de aglomerações industriais relevantes (AIR) pelas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Das AIRs surgidas no Brasil entre 1995 e 2015, 32% estão nessas três regiões, que reuniam apenas 22,3% das aglomerações no primeiro ano da análise. Nesse mesmo período, o número de AIRs no Brasil passou de 85 para 160.
Esses novos aglomerados, no entanto, são caracterizados por uma redução da produtividade média e pelo pequeno porte de emprego. Entre as regiões onde houve maior avanço, o destaque é o Centro-Oeste, que praticamente dobrou sua participação em relação ao total das AIRs: de 4,7% para 8,1%, ou de quatro aglomerações em 1995 para 13 em 2015.
A análise considera uma AIR como a microrregião geográfica com mais de 10 mil empregos industriais no ano pesquisado.
Embora os estados das regiões Sul e Sudeste ainda se mantenham como núcleo central da indústria no país, pois detêm 83% do valor agregado da indústria – ou seja, do valor total produzido pelo setor –, principalmente da extrativa e de transformação, está em curso um processo de desconcentração.
Empregos
Entre 1995 e 2015, as aglomerações com mais de 10 mil empregos industriais responderam por 80% a 85% das ocupações na indústria em todo o Brasil. O total de empregos nessas AIRs cresceu de 3,8 milhões para 6,2 milhões nas duas décadas, indicando uma expansão média de 1,88% ao ano.
A região Nordeste chegou a 726 mil empregos industriais em AIRs em 2015, ou 11,6% do total nacional, frente a 9,5% de participação em 1995. Avanço maior ocorreu na região Centro-Oeste, com a expansão do emprego industrial em aglomerações superior à média nacional: de apenas 1,74% do total em 1995 para 5,16% em 2015.
Fonte: Jornal Opção