Goiás é o estado que mais registrou aumento de homicídios contra a população LGBTQIA+ no Brasil, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A comparação de dados de 2020 e 2021 mostrou uma variação de 375% neste tipo de crime. O estado também teve um crescimento de ocorrências de lesão corporal contra a população gay.
Os dados foram divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e atualizados em 29 de junho deste ano. Na divulgação, consta que em 2020 Goiás teve quatro homicídios dolosos contra a população LGBTQI+. No ano seguinte, o estado registrou 19 crimes deste tipo, o que gerou a variação de 375%.
No gráfico que mostrou o aumento de homicídios de um ano para o outro, ficaram atrás de Goiás os estados do Amazonas, Mato Grosso do Sul e Piauí, com variação de 250% e 200%, respectivamente.
Já em relação ao crime de lesão corporal dolosa, Goiás teve 141 ocorrências em 2020 e 368 em 2021, representando uma variação de 161% – a segunda maior, ficando atrás apenas de Paraná, que teve uma diferença de 494,1% entre os mesmos anos analisados.
Aumento na violência
O delegado Joaquim Adorno disse que esse aumento na violência também foi percebido pela delegacia do Grupo Especializado no Atendimento às Vitimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri). O investigador explicou que estes crimes estão relacionados ao ódio.
“Com o aumento desse ódio contra a população LGBTQIA+, você acaba resultando no crime máximo, que é o crime de homicídio. A Polícia Civil de Goiás criou o Geacri para tentar combater esse ódio já no seu início”, disse.
Segundo o delegado, a delegacia instaura uma média de 20 inquéritos relacionados a estes crimes, por mês, sendo dez deles apenas na Região Metropolitana de Goiânia.
Adorno disse ainda que a população que for vítima pode procurar a delegacia especializada em Goiânia. Quem não for morador da capital pode procurar qualquer unidade da Polícia Civil.
“A Polícia Civil toda está preparada para combater a intolerância, para combater os crimes de ódio. Então, procure qualquer delegacia de polícia”, disse.
G1