O autor, que se identifica como Mohamed Comanetti, afirma que irá disparar contra “homossexuais, negros, esquerdistas, maconheiros e adúlteros” No e-mail, ele ainda aproveitou para jurar lealdade ao grupo terrorista Estado Islâmico.
Agentes das polícias Militar, Civil e Federal estão no Campus 2 da Universidade Federal de Goiás (UFG) para averiguar uma ameaça de atentado dirigida à instituição, via e-mail, na manhã desta segunda-feira (1/4). Nela, o autor, que se identifica como Mohamed Almeida Comanetti, afirmou que entraria, nesta data, armado com dois revólveres calibre 38 nos prédios que abrigam os cursos de História e Filosofia para “exterminar todos os esquerdistas, homossexuais, fornicadores e negros ali no recinto”. Na carta, Mohamed aproveita para jurar lealdade ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
O autor ainda afirma no documento que irá disparar contra “gordas de cabelo colorido, maconheiros e adúlteros” que encontrar pelo caminho. Ao final alega que o ato seria contra todos os “infiéis que agridem, debocham, se divertem com humilhações sem se importar com sentimentos dos mais fracos e indefesos”, consta no texto. Mohamed ainda aponta um terceiro como “mentor intelectual desse massacre”.
De acordo com o adjunto da Secretaria da Promoção de Segurança e Direitos Humanos da UFG, Elias Magalhães, o e-mail foi recebido por volta das 1h30 desta segunda e chegou aos servidores da universidade por meio da aba “Fale Conosco”, disponível no site da instituição. “No curto texto, ele diz que iria matar pessoas, dirigindo as ameaças a estudantes de cursos de humanidades, como História e Filosofia. Em resposta, reforçamos a segurança da universidade”, observa.
Entre as ações desencadeadas pela ameaça, Elias destaca o reforço do patrulhamento feito pela Polícia Militar (PM) e a convocação de mais guardas privativos. “Acionamos todas as polícias, cujos agentes estão na universidade realizando monitoramentos e convocamos guardas que estavam de folga para reforçar o patrulhamento motorizado”. Ele lembra que esta não foi a primeira vez que a UFG recebe esse tipo de comunicado. “Em 2017, a UFG recebeu uma ameaça semelhante, tratando de um atentado a bomba”.
Em nota publicada no site da instituição, a UFG reforçou o “compromisso com os princípios democráticos, a liberdade de expressão, a diversidade cultural e pluralismo de ideias”. A universidade também usou o momento para repudiar “quaisquer formas de violência, discriminação e exclusão social”.
O site tentou contato com as assessorias das polícias Militar, Civil e Federal, mas as ligações não foram atendidas.
Ameaças
Neste ano, outras duas universidades federais receberam ameaças semelhantes, também pela internet. Em 20 de março, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foi alvo de ameaças via redes sociais. As mensagens citavam ataques ao Campus do Vale, em Porto Alegre. Na ocasião, o setor de segurança da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e as polícias Federal e Civil foram acionadas.
No mesmo dia, em Minas Gerais, a Polícia Federal investigou uma ameaça de ataque armado a um campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), depois que diversos e-mails de conteúdo ameaçador foram recebidos por servidores. Segundo a instituição, o autor seria um candidato reprovado na modalidade de cotas raciais.
Fonte: Mais Goiás