Autores falarão sobre a obra, que resgata a era de ouro das bandas do interior do estado, em evento gratuito, dia 1º de março, no Teatro Municipal de Franca

Autores falarão sobre a obra, que resgata a era de ouro das bandas do interior do estado, em evento gratuito, dia 1º de março, no Teatro Municipal de Franca

As Edições Sesc São Paulo lançam Big bands paulistas: história de orquestras de baile do interior de São Paulo, obra que resgata a origem dos grandes conjuntos orquestrais do interior do estado, registrando em textos e imagens sua atividade ao longo de mais de três décadas.

Entre as décadas de 1940 e 1970, as big bands reinaram absolutas nas mais diversas festas e comemorações que aconteciam nas cidades e como as grandes bandas da capital tinham dificuldade de locomoção na época, em função da grande quantidade de instrumentos e músicos, começaram a surgir as primeiras bandas interioranas. O livro traça um panorama do surgimento e do desenvolvimento dessas orquestras e conta a história das mais emblemáticas, além de discorrer sobre o contexto sociocultural em que elas se inseriam.

Um dos destaques do livro é a Orquestra Laércio de Franca que já realizou mais de 2.500 bailes em centenas de cidades brasileiras, um filme e dois discos. Sob o comando do maestro Manoel Laércio Piovesan (trompetista que acompanhou Ary Barroso e se destacou no disputado mercado das rádios no Rio de Janeiro e São Paulo), a orquestra atuou por duas décadas e ajudou a projetar Franca no cenário nacional. A história da orquestra, curiosidades e a importância que a cidade teve no desenvolvimento do estado de São Paulo fazem parte do livro ‘Big Bands Paulistas’.

Dando continuidade aos eventos de lançamento do livro, as Edições Sesc São Paulo promovem, no dia 1º de março, um bate-papo com os autores, o professor José Ildefonso Martins e o jornalista e escritor José Pedro Soares Martins, que contarão ainda com a participação do historiador Sérgio Estephan, para falar sobre o processo de pesquisa e concepção do livro. O evento acontece no Teatro Municipal de Franca, em parceria com o Sesc Ribeirão Preto. Após o bate-papo haverá sessão de autógrafos e show com Arley e sua orquestra, banda de Catanduva.

Big bands paulistas resgata a memória musical do estado por meio da emblemática história de suas big bands, que durante décadas foram a grande atração das mais diversas festas e comemorações que aconteciam pelas cidades do interior, quase sempre organizadas em torno de bailes. Eles eram os maiores acontecimentos sociais nessas cidades e sempre havia muitas ocasiões para celebrar: uma festa de debutante ou formatura, o aniversário da cidade, um concurso de miss, o início da primavera, colheitas, casamentos, carnaval, réveillon etc. Os autores também se debruçam sobre o contexto sociocultural em que essas orquestras estavam inseridas, em meio ao clima de desenvolvimento, euforia e otimismo que dominou o país entre as décadas de 1940 e 1970.

No posfácio, o professor doutor em história e pós-doutor em história e música Sergio Estephan destaca a relevância da pesquisa sobre as big bands paulistas e discute o contexto histórico e social que marcou a época em que elas atuaram. Algumas das orquestras, que costumavam se apresentar até cem vezes por ano no interior de São Paulo, chegaram a gravar discos, outras apareceram no rádio e na televisão, e muitas tocaram também para plateias de outros estados brasileiros e países latino-americanos.

“Os capítulos introdutórios e um abrangente posfácio do historiador Sérgio Estephan traçam um panorama do surgimento e desenvolvimento dessas orquestras em São Paulo e no Brasil, seu marcado nacionalismo apesar da influência que tiveram das jazz big bands norte-americanas, sua ligação com as rádios, e seu caráter de agentes de lazer e sociabilização por meio da arte”.
Danilo Santos de Miranda

Os autores definiram quatro critérios principais para selecionar os conjuntos orquestrais que foram detalhados no livro, com direito a algumas exceções: a definição das orquestras de baile, que geralmente têm entre 15 e 20 músicos, incluindo um naipe de metais completo (trompetes, trombones, saxes e clarinetas), seção rítmica com guitarra, baixo, bateria e piano (ou equivalente), um ou dois cantores e poucos instrumentos eletrificados; a localização geográfica das cidades onde estavam sediadas, obrigatoriamente no interior de São Paulo e a mais de 200 km da capital; a época e longevidade de sua atuação, optando-se por conjuntos com maior tempo de atuação a partir dos anos 1940, com ênfase nos anos 1950 e 1960; e o acervo encontrado, ou seja, a disponibilidade de documentação consistente.

Assim, o dia a dia de nove orquestras de baile pode ser mapeado, analisado e registrado em detalhes. Cada uma delas ganhou seu próprio capítulo, que, por sua vez, traz o nome da principal estação de trem do município onde estavam sediadas: Catanduva, Espírito Santo do Pinhal, Franca, Guararapes, Jaboticabal, Jaú, Rio Claro, São José do Rio Preto e Tupã, vinculando assim o sucesso das big bands às ferrovias que contribuíram consideravelmente para o desenvolvimento das cidades do interior paulista.

“É impressionante o levantamento efetuado em tema que, não fosse feito, permaneceria fadado ao ostracismo nos descuidos da nossa memória. (…) Em meio à esplêndida rede ferroviária e à riqueza da cultura cafeeira em época de fartura, vai-se revelando a cada capítulo a dedicação de centenas de músicos dotados de determinação em seu firme propósito: tocar para bailar”.
Zuza Homem de Mello

Como os próprios autores definem na introdução, “resgatar a época de ouro das big bands paulistas constitui o objetivo principal deste livro. Não deixa de ser um tributo àqueles que, com seu trabalho, fizeram parte de um momento mágico da música, da dança e da socialização em um período de profundas transformações na sociedade brasileira”.

 

FICHA TÉCNICA:
Big bands paulistas: história de orquestras de baile do interior de São Paulo
Autores: José Ildefonso Martins e José Pedro Soares Martins
Edições Sesc São Paulo
ISBN: 978-85-9493-006-4
Páginas: 232 p.
Formato: 16 x 23 cm
Preço versão impressa: R$ 60,00
Preço ebook: R$ 30,00

Serviço
Lançamento do livro Big bands paulistas: história de orquestras de baile do interior de São Paulo

Bate-papo com um dos autores, José Ildefonso Martins, e o historiador Sérgio Estephan Sessão de autógrafos seguida de show com banda regional
Data: 01 de março de 2018, quinta-feira, às 19h30
Atividade gratuita
Local: Teatro Municipal de Franca
Endereço: Av. 7 de Setembro, 455, Res. Baldassari, Franca

As publicações das Edições Sesc São Paulo podem ser adquiridas em todas as unidades Sesc SP (capital e interior), nas principais livrarias e também pelo portal www.sescsp.org.br/livraria

SOBRE OS AUTORES

José Ildefonso Martins é professor universitário, advogado e consultor para as áreas de formação profissional, além de ser diretor da OFFICINA3 – Consultoria e Eventos S/C Ltda. Trabalhou no SESC-SP e foi Gerente Regional do SENAC-SP. Há mais de 40 anos pesquisa a música popular brasileira, da qual possui considerável acervo utilizado para atividades acadêmicas e profissionais. Tem artigos publicados em jornais e revistas especializados.

José Pedro Soares Martins é jornalista e escritor, autor de livros sobre meio ambiente, cidadania, história e cultura. Entre suas obras estão Depois do arco-íris: uma proposta ecológica (FTD, 1991), Terra cantata, uma história da sustentabilidade (Komedi, 2007), Festas populares do Brasil (Komedi, 2011), Capoeira, um patrimônio cultural (Komedi, 2011) e Carnaval encantado (Komedi, 2013). Recebeu o Prêmio Ethos de Jornalismo de 2003, o International Media Awards (1992 e 1995) e o Prêmio Amizade Norte-Sul em 1992, entre outros reconhecimentos. É editor da Agenda Social de Notícias.

SOBRE AS EDIÇÕES SESC SÃO PAULO
Segmento editorial do Sesc, as Edições Sesc São Paulo têm o intuito de expandir o campo de ação da instituição, atendendo a um público cada vez mais amplo. Seu catálogo abrange diversas áreas do conhecimento, com ênfase em artes e ciências humanas, tendo a programação artístico-cultural e educativa do Sesc como uma das principais fontes de conteúdo da editora. Além dos títulos impressos, a editora já iniciou a digitalização de seu acervo. O objetivo é ter, em breve, todo o catálogo em e-books.

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