Flávia Saraiva dá show no solo e repete terceiro posto de Toronto 2015 no individual geral. Canadense Ellie Black conquista o bi dos Jogos Pan-Americanos.

Até o último momento Flávia Saraiva acreditou na medalha. E ela veio na última nota! Quarta colocada na classificatória, a ginasta brasileira cresceu na final do individual geral e conquistou o bronze da prova nesta segunda-feira, nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Flavinha só não superou a vice-campeã americana Riley McCusker e a canadense Ellie Black, que faturou o bicampeonato da prova. Segunda brasileira na decisão desta segunda-feira, Thaís Fidelis manteve a sexta posição da classificatória.

Flavinha chegou à última rotação quase um ponto atrás da americana Kara Eaker, que figurava na terceira colocação. Aí a brasileira deu um show no solo e conseguiu 13,900 pontos, a maior nota do dia no aparelho. Foi o diferencial para ela somar 54,350 pontos e alcançar o bronze. Só não deu para passar Ellie Black (55,250) e Riley McCusker (55,125). Thaís também melhorou sua pontuação em relação à classificatória, terminando com 52,700 pontos na sexta posição.

– A gente faz contas, mas eu foco mais em mim. Eu só gosto de ver o placar no final. Aí deu um alívio. É muito gratificante. Tudo valeu a pena. Gostei da competição, mas sei que posso fazer um pouco mais. Sempre nos cobramos para fazer melhor. A gente gosta de fazer tudo perfeito – disse Flavinha.

Flávia Saraiva leva o bronze do individual geral do Pan — Foto: Ricardo Bufolin / Panamerica Press / CBG
Flávia Saraiva leva o bronze do individual geral do Pan — Foto: Ricardo Bufolin / Panamerica Press / CBG

Com isso, o pódio do individual geral de Lima 2019 foi bem parecido com o de Toronto 2015, quando Ellie Black também foi campeã e Flavinha levou o bronze. A única mudança foi o nome da americana vice-campeã, que há quatro anos havia sido Madison Desch.

O feito de Flavinha ganha maior relevância uma vez que ela se colocou entre medalhistas mundiais. Ellie Black foi vice-campeã mundia do individual geral em 2017. Riley McCusker e Kara Eaker ajudaram os Estados Unidos a conquistar o título mundial por equipes no ano passado.

Flavinha ainda volta ao Ginásio Villa El Salvador na quarta-feira, a partir das 15h (de Brasília), para disputar as finais da trave e do solo. Thaís também disputa a decisão do solo.

A final prova a prova

Primeira rotação – salto
O grupo favorito ao pódio começou no salto. A canadense Ellie Black confirmou o status de boa saltadora e liderou com 14,450 pontos. Flavinha, que tinha ido muito bem na classificatória, teve pequenos problemas na aterrissagem do Duplo Twist Yurchenko (DTY) e tirou 14,150, figurando na terceira posição ao fim da primeira rotação, atrás de Ellie e da americana Riley McCusker (14,250 também com um DTY). Thaís apresentou um salto mais simples, porém bem executado e conseguiu 13,700 para iniciar a disputa na sexta posição.

Segunda rotação – barras assimétricas
Era a vez das barras assimétricas, aparelho que é o ponto fraco das duas brasileiras. Thaís fez uma série mais simples e conseguiu 12,750 pontos, mantendo a sexta posição. Flavinha teve problema na aterrissagem, deu dois passos largos, mas acabou tirando 12,800, mesmo nota da classificatória, mas caindo para o quinto posto. A americana Riley McCusker, especialista no aparelho, sofreu uma queda e acabou tirando quase dois pontos a menos do que fez na classificatória, com 13,150, caindo para a terceira posição. Com 14,300 pontos, a canadense Ellie Black abriu vantagem na liderança, seguida pela americana Kara Eaker.

Terceira rotação – trave
A trave, que derrubou as duas brasileiras na classificatória, desta vez foi domada. Thaís cravou sua série e tirou 13,000 pontos, quase um a mais que na classificatória para manter o sexto posto. Flavinha teve um início de prova muito firme, só não se sentiu segura para repetir a sequência acrobática que a derrubou na classificatória. Melhor assim. Manteve o grau de dificuldade e ainda melhorou a execução para tirar 13,500 e subir para a quarta posição. Dominante, a canadense Ellie Black seguiu firme na liderança com 13,900 na trave. Especialista no aparelho, a americana Kara Eaker sofreu uma queda logo na entrada e tirou 13,500, caindo para a terceira posição e deixando a compatriota Riley McCusker voltar à vice-liderança.

Quarta rotação – solo
Quarta colocada no solo do Mundial de 2017, Thaís Fidelis não cravou todas as suas aterrissagens, mas teve uma boa apresentação de 13,250 pontos para confirmar a sexta posição, somando 52,700 pontos. Quinta colocada no solo do Mundial de 2018, Flavinha deu show, foi quase perfeita e tirou 13,900 para somar 54,350 pontos. O solo da brasileira, o melhor do dia, foi o diferencial para colocá-la no pódio. A americana Kara Eaker sofreu uma nova queda e caiu para o quarto posto. Sempre muito segura, a canadense Ellie Black cometeu uma falha grave, saiu do tablado e tirou 12,600, mas ainda conseguiu ficar com o título. Riley McCusker levou a prata, com 13,525 no solo.

Fonte: Globoesporte.com