O DEM e o MDB, que têm 63 dos 513 assentos da Câmara dos Deputados, anunciou nesta segunda-feira (27) a saída do chamado Blocão, grupo de parlamentares formados por partidos com intersecção com o chamado Centrão. O movimento tem relação direta com as arrumações políticas para a sucessão da presidência da Casa, em 1º de fevereiro de 2021.

O desembarque de demistas e emedebistas do Blocão foi coordenado pelo atual presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). A decisão visa enfraquecer o deputado federal Arthur Lira (AL), líder do PP e um dos principais nomes do Centrão. Lira é um provável adversário de MDB e DEM na disputa pela mesa diretora da Câmara.

Lira se fortaleceu na corrida pelo comando da Câmara Federal depois que o Centrão entrou para a base do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. O deputado federal alagoano se firmou como porta-voz da chamada nova base parlamentar bolsonarista, ameaçando os planos de Maia de tentar se lançar para a disputa por um terceiro mandato.

Com ou sem Maia no comando da chapa, DEM e MDB pretendem lançar candidatos próprios para as mesas diretoras da Câmara e do Senado – nesta, o senador David Alcolumbre (DEM-AP) também tenta encontrar uma brecha para se lançar à reeleição.