Quase toda empresa nasce de uma ideia inovadora. Depois, é preciso validar o protótipo, criar um processo, testar o modelo, realizar pesquisas, criar uma marca… Enfim, são muitas etapas. Tudo isso pode levar anos até dar certo. Ao comprar uma franquia, o empreendedor opta por pular essa parte e já entrar direto no operacional. Por essa razão, paga para ter o direito de uso da marca e de reprodução do que deu certo nas mãos de outra pessoa.

franqueado terá menos preocupações estratégicas em relação ao negócio, mas isso não significa que ele não trabalhará: mesmo uma marca conhecida precisará de muita dedicação para se estabelecer em diferentes regiões.

Para entrar no sistema de franquias, o empreendedor precisa pagar alguns valores, que variam de acordo com a marca e o modelo escolhido e também com o ramo de atuação da empresa. Todos eles, geralmente, constam do campo investimento inicial total em uma divulgação de oferta de franquia.

O que tem no investimento inicial?

A composição do investimento inicial é diferente para cada tipo de franquia, mas, em um modelo de loja tradicional, o aporte geralmente contempla:

– Máquinas
– Equipamentos
– Móveis
– Utensílios
– Projeto arquitetônico
– Reformas
– Marketing de lançamento
– Despesas pré-operacionais
– Capital de giro 
– Taxa inicial de franquia 
– Estoque inicial

Cada ramo de atividade pode apresentar variações, tanto na composição quanto nos valores. No entanto, um desses itens é comum a todas as marcas. “A única coisa que se paga inicialmente à franqueadora é a taxa inicial de franquia. A exceção é se a dona da marca também é a fornecedora de produtos. Nesse caso, também se paga à franqueadora o estoque inicial e outros insumos personalizados”, afirma o especialista em franquias da NetPlan, Daniel Bernard. Os outros valores são todos de investimento no próprio ponto do franqueado.

Se a franquia escolhida for de modelo home office, os custos serão parecidos: taxa de franquia e possível estoque inicial para a franqueadora. Como não há necessidade de instalação de ponto, o investimento inicial total costuma ser mais baixo.

Pagamentos de ocupação em shopping centers

Shopping Center (Foto: Reprodução/Pexel)
Pagamento de luva permite que a loja ocupe o espaço pelo tempo do contrato (Foto: Reprodução/Pexel)


Quem quiser se instalar em shopping centers e centros comerciais já consolidados pode ter de arcar com um valor a mais: o das luvas. Esse montante é pago para poder instalar uma loja em lugares concorridos e dá ao locatário o direito de permanecer no ponto por todo o período do contrato – geralmente, mais de cinco anos. “Em locais com menor procura, a luva pode não ser cobrada. Ou então se evita firmar contrato por cinco anos”, diz Bernard.

Contratos inferiores a 60 meses costumam ser feitos para que o franqueado teste o ponto em regiões menos concorridas, shoppings centers novos e centros comerciais com fluxo menor de pessoas. Se percebe que o negócio funciona, passa para uma negociação de tempo maior e, consequentemente, paga o valor de luva e outras possíveis taxas.

“Como exemplo, temos o caso real e atual de um repasse de um ponto de café num shopping de uma grande administradora que custa R$ 550 mil, sendo que R$ 400 mil deste total são luvas. E os shoppings de primeira linha ainda podem cobrar outros valores ao longo do contrato, como taxas de transferência e de comercialização, consideradas abusivas por muita gente”, afirma Bernard.

Tributos

tributo-imposto-calculadora (Foto: Photopin)
Grande parte dos custos em uma franquia são tributos (Foto: Photopin)


Grande parte das operações de franquia se enquadram no regime do Simples Nacional, mas também há outros enquadramentos, como lucro real, lucro presumido e microempreendedor individual (MEI). Bernard listou algumas opções de tributação que devem ser consideradas pelo franqueado ao longo do contrato – e que farão toda a diferença no caixa da empresa. 

Lucro Real e Lucro Presumido: PIS, Cofins, Contribuição Social, CSLL, IRRF, IRPJ, ICMS (comércio), ISS (serviços).

Simples Nacional: Taxa única todo dia 20, sendo um percentual variável sobre o faturamento e que muda se for indústria, comércio ou serviços (há 5 anexos).

MEI: Taxa única de por volta de R$ 60. 

Também devem ser considerados encargos sobre a folha de pagamento, como 13º salário, INSS, FGTS e férias, entre outros.

Caso o franqueado venda produtos importados ou industrializados, essa lista aumenta: entram o Imposto de Importação (II), DIFAL e substituição tributária (a depender do Estado).

Passo a passo para a abertura de franquias:

Franquias (Foto: GettyImages)
Franquias (Foto: GettyImages)

1. Autoanálise de perfil e alinhamento de expectativas
2. Avaliação de franquias como uma opção de investimento
3. Primeiro contato entre franqueado e franqueador, seja por telefone, pessoal ou feira
4. Escolha das oportunidades mais interessantes
5. Análise de crédito do franqueado
6. Entrevistas pessoais com o franqueador
7. Recebimento e análise da Circular de Oferta de Franquia (COF)
8. Recebimento e análise do Pré-Contrato de Franquia (etapa opcional)
9. Recebimento e análise do Contrato de Franquia (dez dias, no mínimo, após o recebimento da COF)
10. Fechamento do negócio e assinatura do contrato de franquia
11. Treinamento inicial do franqueado
12. Recebimento dos manuais de franquia
13. Abertura da empresa (CNPJ)
14. Treinamento inicial aos funcionários do franqueado
15. Início da operação de seu negócio