Ao menos duas cidades goianas vacinaram idosos acima de 75 anos fora das instituições de longa permanência, como previsto na primeira fase de imunização contra a Covid-19, segundo o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Goiás (Cosems). A situação foi registrada nas cidades de Mineiros e Santa Helena de Goiás, ambas no sudoeste goiano, mas o Cosems informou que podem haver outros casos ainda não notificados no estado.

G1 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Mineiros por meio de mensagem, às 9h57 desta quinta-feira (21), e aguarda retorno. Por telefone, a responsável pela pasta informou que responderia “mais tarde” à demanda.

Já a SMS de Santa Helena de Goiás informou à TV Anhanguera que a vacinação das pessoas de 75 anos ou mais que não estão em instituições de longa permanência, como asilos e abrigos, “não influencia” na imunização dos demais grupos prioritários.

De acordo com o informado pela secretária Letícia Rosa, da SMS de Santa Helena de Goiás, à TV Anhanguera, a cidade recebeu 640 doses, das quais 150 foram direcionadas a esses idosos com mais de 75 anos que não estão em abrigos.

Segundo a secretária, além de todos os idosos nos dois asilos da cidade, que somam 44 idosos, dos profissionais de saúde da rede particular, o município pretende imunizar 67 pessoas.

Letícia também informou à reportagem que, dos 600 profissionais de saúde da rede pública da cidade, 369 não tiveram Covid-19 e esses foram os priorizados na vacinação – portanto os demais devem ser imunizados em outra oportunidade. Porém, não há nenhuma recomendação de autoridades de saúde sobre não vacinar quem já teve Covid-19.

Pessoas fora do grupo prioritário teriam sido vacinadas em quatro cidades de Goiás

Presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Goiás (Cosems), Verônica Savatim explicou que ainda não tem informações de quantos e quais outros municípios podem estar apresentando a mesma irregularidade. No entanto, de acordo com ela, foi publicada uma nota jurídica alertando os gestores para não fazerem alterações nos grupos prioritários.

“As doses vieram específicas. […] O grande risco é você deixar de vacinar aquele grupo que ficou definido e vacinar outros que não estavam pactuados. O profissional de saúde, por exemplo, está muito exposto, independente de onde estiver”, pontuou.

G1 pediu por e-mail, às 12h34 desta quarta-feira, um posicionamento ao Ministério Público de Goiás sobre a vacinação de moradores que não estão no grupo prioritário, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Prioridades

Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, alguns municípios ainda ficaram com dúvidas sobre o que caracterizam os profissionais da linha de frente do combate ao coronavírus. Ela esclareceu que esse profissional é aquele que “presta assistência direta a pacientes com Covid-19”.

De acordo com informe técnico do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 do Ministério da Saúde (MS), as prioridades entre os profissionais da saúde são:

  • Trabalhadores das Instituições de Longa Permanência de Idosos e de Residências Inclusivas (Serviço de Acolhimento Institucional em Residência Inclusiva para jovens e adultos com deficiência);
  • Trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados, tanto da urgência quanto da atenção básica, envolvidos diretamente na atenção/referência para os casos suspeitos e confirmados de covid-19;
  • Demais trabalhadores de saúde

Além dos trabalhadores da saúde, que são os primeiros que devem receber as doses, o mesmo documento ranqueia os outros grupos de prioridade:

  • Pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência (institucionalizadas);
  • Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência e residentes em Residências Inclusivas (institucionalizadas);
  • População indígena vivendo em terras indígenas.

G1