O Governo de Goiás já propiciou a capacitação de 1.785 profissionais de saúde do Estado, para atuarem em tempos de Covid-19. De acordo com a Escola de Saúde de Goiás (ESG), da Secretaria da Saúde (SES-GO), dois cursos têm proporcionado bons resultados para auxiliares de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e técnicos de enfermagem que atuam na linha de frente do combate à pandemia.

Um deles é o curso em parceria com a UniEvangélica, com sede em Anápolis. Denominada Linha de Cuidado Covid-19, a capacitação tem como objetivo preparar profissionais de saúde para atuarem em diferentes cenários que vão desde a colocação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) até procedimentos mais complexos, como a ventilação mecânica em pacientes em estado grave.

A gerente de Projetos Educacionais e Ensino em Saúde da ESG, Mirian Cristina de Oliveira, conta que a universidade já realizava esse tipo de treinamento com a equipe de saúde do seu hospital. “A pertinência do curso ao enfrentamento da Covid-19 fez com que a instituição de ensino abrisse vagas gratuitas para profissionais de saúde que atuam no SUS do Estado de Goiás”, explica.

Regiões de saúde

Ao todo, cinco regiões de saúde foram impactadas pelo curso: Central, Pireneus, Serra da Mesa, Norte e Sul. Como é uma formação de multiplicadores, de forma direta e indireta, essa capacitação já impactou em mais de mil profissionais da saúde em Goiás. As próximas regiões contempladas serão o Entorno Sul, Entorno Norte e Centro-Sul, que devem receber o treinamento até o final de junho.

Mirian destaca a eficiência do treinamento dos profissionais de saúde para o enfrentamento da Covid-19. “A dinâmica usada no curso é muito eficiente, pois promove o reconhecimento dos possíveis erros ou falhas no desenvolvimento das técnicas. Além disso, favorece a tomada de decisão, facilitando a gestão de conflitos dentro das unidades de saúde.”
 
Ventilação mecânica

Além do curso oferecido pela Unievangélica, em parceria com a SES-GO, Goiás foi um dos 15 Estados brasileiros indicados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) para receber a capacitação “Manejo do paciente Covid-19 em ventilação mecânica”, ministrada pelo Hospital do Coração (HCor) de São Paulo desde o dia 25 de maio.

Com uma abordagem prática das principais questões envolvidas no suporte ventilatório e uso de ventiladores em pacientes com Covid-19, o curso é presencial e tem como público-alvo médicos, fisioterapeutas e equipes de enfermagem que atuam nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) de Goiânia e no Hospital de Campanha de Goiânia, unidade do Governo de Goiás. Até o momento, 785 profissionais receberam esse treinamento pelo HCor, entre auxiliares de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e técnicos de enfermagem.

O fisioterapeuta Pedro Augusto Pereira Sudário foi um deles. Desde a abertura do HCamp, ele atua na UTI do hospital. Pós-graduado em terapia intensiva, Pedro Augusto acredita que a educação permanente em saúde é fundamental para a atualização dos profissionais, principalmente em tempos de pandemia. “Eu creio que um local que não se tenha esta mentalidade de sempre estar ali renovando conhecimento, compartilhando conhecimento é um local que tende a ter mais erros, mais falhas”.

Do básico ao complexo

Ele conta como a capacitação tem ajudado a equipe durante o enfrentamento da Covid-19: “O curso tem nos auxiliado muito, pois ensina desde o básico – que passa pela paramentação e desparamentação – até algo mais complexo, que é a parte de ventilação mecânica, dando algumas nomenclaturas, alguns termos, algumas particularidades do perfil do paciente, o que ajuda muito no manejo deste paciente”.

O fisioterapeuta destaca a importância do alinhamento de conhecimento entre os profissionais de saúde que estão na linha de frente da pandemia: “Receber orientações de um hospital de referência como HCor e ficarmos alinhados às condutas em termos globais só favorecem os tratamentos oferecidos na unidade de saúde”, avalia.

Pedro Augusto afirma ainda que o HCamp oferece o apoio do conhecimento, troca de experiências e estudo de casos. “Além de nós, como profissionais da saúde, ganharmos conhecimento e experiência, a gente acaba evitando erros, a gente fala uma mesma linguagem, a mesma estratégia e caminhamos para uma mesma direção. Quem acaba ganhando com isso é o paciente. Pois quanto mais a equipe está alinhada e tem uma educação instituída diariamente, mais conhecimento a gente tem para tratá-lo”, defende.

Comunicação Secretaria da Saúde