A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Flúvia Amorim, critica o comportamento das pessoas que preferem ignorar que ainda estamos em uma pandemia, promovem festas e reuniões com aglomeração de pessoas, e postam mensagens desses encontros nas redes sociais. “Não sei como estão achando que isso é normal”, disse, ao se referir à média de 2 mil novos casos confirmados da Covid-19 por dia em Goiás.

Flúvia foi entrevistada nesta quarta-feira, dia 16, no programa O Mundo em sua Casa das rádios Brasil Central AM e RBC FM, comandado por Jerônimo Venâncio e Juvêncio Alarcon. Ela falou sobre a evolução da pandemia causada pelo novo coronavírus. Conforme dados da manhã de hoje, segundo a superintendente, Goiás registrava 171.518 casos confirmados e 3.935 óbitos.

Patamares elevados

Para Flúvia, as curvas de casos confirmados e de óbitos permanecem em patamares elevados, principalmente no que se refere ao número de mortos vítimas da doença. Os óbitos estão em um patamar alto em torno de 300 por semana, e os casos estão por volta de 14 mil no mesmo período, informou.

Ela admitiu que as infecções podem aumentar, ao ser indagada sobre os possíveis efeitos previstos para o próximo dia 21, depois da grande movimentação de pessoas verificada em locais turísticos goianos no último feriado de 7 de setembro.

Pode ser que as pessoas infectadas não procurem os serviços de saúde, pois a maioria é jovem e deve ter sintomas leves a moderados. Entretanto, o que não se sabe é o quanto esses jovens vão entrar em contato com outras pessoas, aumentando a chance de transmissão da Covid-19, declarou.

Sensação

A superintendente da SES admitiu que essa falsa sensação, passada pela maioria da população, de que a pandemia passou, “é um problema para a saúde pública no mundo todo”, e aqui no Brasil tem um pouco mais de peso.

Recomenda que as pessoas continuem adotando medidas de proteção em suas rotinas, pois ainda não há vacina disponível. E quando a vacina chegar, não será possível vacinar todos ao mesmo tempo.

Sobre possíveis casos de reinfecção, ponderou que estão sendo verificados. “Não há confirmação de reinfecção no Brasil”, disse. Ponderou que podem ter ocorrido outras possibilidades, como pessoas que dão exames positivos em momentos diferentes, ou que tiveram sintomas também em momentos diferentes com confirmação laboratorial.

“A gente está querendo entender melhor o que significa isso”, acrescentou, lembrando que a Covid-19 é uma doença nova.

ABC Digital