Ex-presidente é investigado por suposto tráfico de influência na compra, pelo governo Dilma, de caças suecos. Depoimento aconteceria em 20 de fevereiro, mas foi suspenso a pedido da defesa de Lula.

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, marcou para o próximo dia 21 de junho o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Zelotes.

Além de Lula, também deverão prestar depoimento nesta data o filho dele Luís Cláudio Lula da Silva e os empresários Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautuoni Marcondes Machado.

O depoimento estava marcado para 20 de fevereiro, mas foi suspenso pela Justiça a pedido da defesa.

Os advogados pediram que as cerca de 80 testemunhas arroladas no processo sejam ouvidas antes do ex-presidente.

Entenda o caso

Lula virou réu na Zelotes em dezembro de 2016, por decisão de Vallisney.

O ex-presidente é investigado por suposto tráfico de influência na compra, pelo governo Dilma Rousseff, de 36 caças suecos modelo Gripen, por US$ 4,5 bilhões.

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De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra Lula, os crimes teriam sido praticados entre 2013 e 2015, quando Lula, como ex-presidente, teria participado de um esquema para beneficiar empresas junto ao governo Dilma.

O que diz o ex-presidente

Lula nega as acusações de tráfico de influência. À época em que o ex-presidente se tornou réu, a defesa dele afirmou que o ex-presidente jamais praticou qualquer ato ilícito e que é alvo de perseguição política.

“A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal não tem materialidade e deve ser compreendida no contexto de lawfare que vem sendo praticado contra Lula, usando de processos e procedimentos jurídicos para fins de perseguição política”, afirmou o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, à época.

“O ex-presidente jamais solicitou, aceitou ou recebeu qualquer valor em contrapartida a atos de ofício que ele praticou ou deixou de praticar no cargo de presidente da Republica”, acrescentou.

Condenação na Lava Jato

Este processo sobre os caças suecos que tramita na Justiça de Brasília não tem relação com o caso do triplex em Guarujá (SP), em que Lula foi condenado em janeiro pelo Tribunal Região Federal da Quarta Região (TRF-4), responsável pelos processos da Operação Lava Jato em segunda instância.

No entendimento dos desembargadores do TRF-4, Lula recebeu o triplex da OAS em retribuição a contratos firmados pela construtora com a Petrobras.

A defesa do ex-presidente diz que ele não é o dono do apartamento e afirma que não há provas contra o petista.