Presidente seria homenageado em jantar de gala no próximo dia 14 pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

Jair Bolsonaro (PSL), que seria homenageado no próximo dia 14 com o prêmio “Pessoa do Ano”, em Nova York, cancelou sua viagem. A premiação ocorreria em jantar de gala da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. “Consultados vários setores do governo, o presidente decidiu pelo cancelamento da ida a essa cerimônia e da agenda prevista para Miami”, informou a assessoria do Itamaraty.

Na quarta-feira (15), Bolsonaro iria à Miami encontrar parlamentares republicanos. Dentre eles estava confirmado o senador Marco Rubio, um dos nomes de expressão no Congresso estadunidense contra o regime Maduro, na Venezuela.

Ideologização

O porta-voz da Presidência informou à Folha de S.Paulo que a decisão foi tomada pela “resistência e pelos ataques deliberados do prefeito de NY”. Além disso a nota ressalta que houve “pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente” e que “ficou caracterizada a ideologização da atividade”.

Vale lembrar que o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, chamou Bolsonaro de racista, homofóbico e destrutivo em uma entrevista de rádio. Além disso, o gestor disse que o presidente brasileiro não era bem-vindo à cidade.

Dificuldades

O prêmio Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos ocorre anualmente na Museu de História Natural de Nova York, porém, o local se recusou a receber o evento, em abril. Após esta decisão, outros ativistas pressionavam patrocinadores a não vincular suas marcas e dinheiro ao presidente Bolsonaro e, também, ao secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo (o outro homenageado).

Depois da recusa do Museu, o hotel New York Marriot Maquis aceitou realizar o jantar, o que também motivou uma série de protestos. Inclusive, o senador democrata Brad Hoylman, que representa a comunidade gay, enviou uma carta com pedido de que o local também cancelasse o evento, uma vez que o espaço tem histórico de apoio a causa LGBTQ.

Patrocínio

No começo dessa semana, os patrocinadores Bain & Company (consultoria), Dela (companhia aérea) e Financial Times (jornal) retiraram seu apoio ao evento. Também, recentemente, a Folha de S.Paulo divulgou que o Banco do Brasil e o consulado-geral brasileiro em NY contribuíram com o financiamento da festa.

A Câmara de Comércio não informou se a celebração ainda ocorrerá.

Fonte: Jornal Opção, com informações da Folha de S.Paulo