A taxa de desemprego no Brasil subiu para 13,1% na quarta semana de junho na comparação com a semana imediatamente anteiror, mostra a última pesquisa Pnad Covid-19 realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O porcentual corresponde a 12,4 milhões de pessoas desocupadas.
Segundo o IBGE, o índice resulta de queda de 84 milhões para 82,5 milhões (-1,5 milhão) de pessoas ocupadas na semana. “Em relação a primeira semana de maio, o movimento também é de queda na população ocupada, aumento da desocupada e consequentemente aumento da taxa de desocupação”, disse a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, na divulgação dos números da pesquisa.
“A população desocupada e em busca de ocupação aumentou 26%, em relação a primeira semana de maio”, afirmou Maria Lúcia. Segundo a pesquisadora, o levantamento mostra também que continua caindo o número de pessoas ocupadas que estavam temporariamente afastadas do trabalho presencial devido ao distanciamento social na quarta semana de junho.
O contigente passou de 11,1 milhões para 10,3 milhões, na comparação com semana anterior. No início de maio, eram 16,6 milhões. “Isso é resultado de pessoas que podem estar retornando ao trabalho, mas também devido a um possível desligamento dessas pessoas do trabalho que elas tinham”, analisa Maria Lúcia.
Entre os ocupados, 8,6 milhões trabalharam de forma remota, o que representa 12,4% de trabalhadores não afastados do trabalho em virtude da pandemia. Esse grupo segue estável desde a primeira semana de maio (8,5 milhões), informa o IBGE.
Por meio da assessoria de imprensa do IBGE, a coordenadora da pesquisa observa ainda queda no total de pessoas que estavam fora da força de trabalho, mas gostariam de trabalhar e não procuraram trabalho devido à pandemia ou por falta de trabalho na localidade em que vivem (17,8 milhões).
“A pandemia vem, cada vez mais, deixando de ser o principal motivo que as pessoas alegam para não ter procurado trabalho”, disse Maria Lúcia Vieira. Já a taxa de trabalhadores na informalidade ficou em 34,5% na quarta semana de junho, atingindo 28,5 milhões de pessoas. No início de maio, eram 29,9 milhões.
Entre os informais estão os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregadores que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.
Na quarta semana de junho, o IBGE estima que 170,1 milhões pessoas estavam em idade para trabalhar, mas somente 82,5 milhões estavam ocupadas, número menor que a semana anterior (83,9 milhões) e que primeira semana de maio (83,9 milhões). Ou seja, menos da metade (48,5%) estava trabalhando na quarta semana de junho.