Acordo firmado entre a Unicamp e a Universidade de Chiba, no Japão, vai permitir que a universidade estadual do interior paulista receba e valide exames de detecção do novo coronavírus. A parceria foi firmada na última quarta-feira, entre as instituições, com participação da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA) e a empresa Eiken Chemical Co.

Batizado de PACT-Brazil, Partnership for Accelerating Covid-19 Testing in Brazil, o acordo prevê que a Unicamp receba e faça a validação de 720 kits de testes, produzidos pela Eiken Co., para detecção do SARS-CoV-2 por meio de amostras de saliva. A parceria vai ampliar o grau de sofisticação das pesquisas desenvolvidas pelo LEMDI e abre a possibilidade de novos tipos de testes de detecção do coronavírus sejam utilizados no controle da pandemia.

Os testes devem chegar na Universidade no início de dezembro. A validação científica será feita pelo Laboratório de Epidemiologia Molecular e Doenças Infecciosas (LEMDI) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), que domina a tecnologia LAMP, utilizada nesse tipo de teste. A parceria entre o LEMDI e a Universidade de Chiba não é nova, existe desde 1997 e possibilita o intercâmbio de pesquisadores e a troca de experiências entre as duas universidades.

Em 2017, foi firmado Termo de Cooperação Internacional com a instituição para o desenvolvimento de pesquisas para o diagnóstico de infecções por fungos. O acordo tem vigência até 2022 e prevê investimento de US$ 5 milhões por parte do governo japonês. No entanto, com o surgimento da covid-19 e a necessidade de cuidados para conter o avanço da doença, vários trabalhos presenciais precisaram ser interrompidos.

“Por conta da pandemia, os alunos de pós-graduação, que respondem a cerca de 80%, até 90% da força motriz dos projetos de pesquisa, foram orientados a não comparecer ao campus, assim como nossos funcionários, assim como ocorreu no Japão. Então esse intercâmbio que existe com a ida de pesquisadores brasileiros ao Japão, o trabalhos in loco no nosso laboratório, o LEMDI, acabaram sendo interrompidos”, explica Plínio Trabasso, pesquisador do laboratório, professor da FCM e Coordenador de Assistência do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.