Segundo profissionais, médium está com pneumonia e não tem ‘condições clínicas’ de deixar hospital após fim do prazo de 30 dias estipulado pela Justiça. Acusado de crimes sexuais, ele alega inocência.

Os dois médicos responsáveis pelo tratamento de João de Deus informaram que vão pedir à Justiça uma prorrogação no prazo de internação do médium. Segundo nota divulgada pelos profissionais nesta sexta-feira (19), o paciente está com pneumonia e precisa seguir em tratamento no Instituto Neurológico de Goiânia sem previsão de alta.

O período inicial designado para internação é de 30 dias, contados a partir de 21 de março, quando ocorreu decisão do ministro Nefi Cordeiro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele chegou ao hospital um dia depois. No despacho, ele determinou que o médium deixasse a cadeia – onde estava havia mais de 3 meses acusado de crimes sexuais – por questões de saúde. Ele sempre negou as acusações.

Porém, o cardiologista Alberto Las Casas Júnior e o psiquiatra Leo de Souza Machado alegam ele precisa seguir internado até que “tenha condições clínicas de deixar o hospital”. Por conta de seu quadro, há previsão de ele “usar antibiótico venoso por mais 5 dias”.

O prazo de tratamento estipulado pelo Poder Judiciário acaba no sábado (20). No entanto, de acordo com os médicos, o pedido para a manutenção da internação, por conta do feriado, deve ocorrer na próxima semana. A data em que a requisição será feita não foi informada.

O hospital ressaltou que não repassará mais informações à imprensa sobre o quadro clínico de João de Deus e que as visitas a ele seguem as mesmas normas dos presos do Núcleo de Custódia, onde está detido.

Aneurisma

A transferência foi motivada por um laudo emitido por Las Casas Júnior no qual constava que João de Deus tinha um aneurisma no abdômen. O cardiologista salientou que, em caso de rompimento, o médium corria risco de morrer.

O paciente foi alocado em um quarto isolado do hospital. O local tem 20 m², uma antessala, televisão, frigobar, banheiro privativo e ar condicionado.

Durante o período de sua internação, João de Deus é monitorado o tempo todo por uma escolta policial. O hospital informou que ele só pode ser atendido por médicas e enfermeiras se elas estiverem acompanhadas.

No dia 28 de março, ele recebeu a visita de dois filhos.

Pedidos de habeas corpus

A defesa de João de Deus vem tentando a soltura dele ou a transferência para prisão domiciliar. O médium teve habeas corpus negado em caráter liminar no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) e no STJ.

A corte especial do TJ-GO concedeu habeas corpus ao médium na denúncia por coação de testemunhas, mas ele não foi liberado porque tem outros dois mandados de prisão contra ele. O mesmo foi concedido ao filho dele, Sandro Teixeira, que responde à mesma acusação e foi solto.

Resumo do caso

  • Ações na Justiça: João de Deus já virou réu três vezes por violação sexual e estupro de vulnerável. A mulher dele, Ana Keyla Teixeira, também foi denunciada no crime envolvendo os armamentos, e o filho, Sandro Teixeira, por intimidação das testemunhas;
  • Apuração no MP: O órgão segue colhendo e analisando novas denúncias de mulheres que se dizem vítimas do médium.
  • Investigação: Polícia Civil aguarda laudos para concluir a investigação sobre lavagem de dinheiro, devido aos mais de R$ 1,6 milhão e pedras preciosas aprendidos em imóveis do médium.

Fonte: Portal G1