A Organização Internacional para as Migrações (OIM) lembra hoje (18), Dia Internacional dos Migrantes, o papel desempenhado por eles na luta contra a covid-19, e defende que essas pessoas não sejam esquecidas na vida pós-pandemia.
“No ano passado, no Dia Internacional dos Migrantes, destacamos a importância da coesão social e reconhecemos a generosidade das sociedades que apoiam os migrantes nas suas comunidades, sem saber o que 2020 iria trazer”, afirmou o diretor-geral da OIM e ex-ministro português, António Vitorino, em vídeo publicado nessa quinta-feira (17) para marcar a data, celebrada anualmente em 18 de dezembro, após aprovação pela Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas em dezembro de 2000.
Em 2019, disse Vitorino, os migrantes foram declarados pela OIM como os “campeões da resiliência em tempos difíceis”, “sem saber como eles – e nós – seríamos colocados à prova”, numa referência à atual pandemia de covid-19.
Na mensagem em inglês, com quase três minutos de duração, o diretor frisou que o mundo testemunhou, “em primeira mão”, o papel dos migrantes na linha de frente da luta global contra a covid-19, seja cuidando dos doentes, ou trabalhando para manter os serviços essenciais.
“A dedicação e o espírito empreendedor que vimos neste ano lembram-nos que, à medida que passamos da resposta à pandemia para a recuperação nos próximos meses, os migrantes serão parte integrante desse regresso à vida normal”, afirmou Vitorino. Segundo ele, muitas dessas pessoas, por causa da pandemia, perderam o trabalho, enfrentam situações de pobreza ou não têm possibilidade de voltar aos países de origem.
António Vitorino defendeu que para garantir que os migrantes sejam totalmente incluídos no período de recuperação pós-pandemia, os esforços já feitos por muitos países devem ser ampliados, principalmente a garantia de que os migrantes tenham acesso aos serviços sociais e “não sejam deixados para trás”.
Para o representante da OIM, no momento em que as vacinas anticovid-19 começam a ficar disponíveis, os migrantes, independentemente do seu estatuto, devem ter acesso equitativo aos programas nacionais de vacinação, “não como uma classe especial de pessoas, mas como amigos, vizinhos e colegas de trabalho”.
“A resposta global à covid-19 oferece oportunidade única de reinventar a mobilidade humana a partir do zero, de implementar a visão do Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular e de construir comunidades prósperas, saudáveis e resilientes. Juntos podemos fazer com que isso aconteça”, concluiu António Vitorino.
As estimativas mais recentes indicam a existência de cerca de 272 milhões de migrantes internacionais em todo o mundo, cerca de 3,5% da população mundial.
Agência Brasil