O setor de serviços no Brasil registrou em agosto a terceira alta consecutiva de expansão nas vendas e acumula crescimento de 11,2% desde junho, quando reagiu aos efeitos da pandemia do novo coronavírus e ao fechamento da economia, mostra o último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em agosto de 2020, o volume de serviços avançou 2,9% frente a julho, na série com ajuste sazonal.
O resultado sucede a sequência de quatro taxas negativas, entre fevereiro e maio, com perda acumulada de 19,8% – portanto, a retração dos quatro meses anteriores ainda é maior que o acumulado de altas. Na série sem ajuste sazonal, frente a agosto de 2019, o volume de serviços recuou 10,0%, sua sexta taxa negativa seguida nessa comparação.
O acumulado no ano caiu 9,0% frente ao mesmo período de 2019. A taxa dos últimos 12 meses recuou 5,3% em agosto de 2020, mantendo a trajetória descendente iniciada em janeiro de 2020 e chegando ao resultado negativo mais intenso da série deste indicador, iniciada em dezembro de 2012.
A alta de 2,9% do volume de serviços, de julho para agosto de 2020, foi acompanhada por quatro das cinco atividades investigadas, com destaque para serviços prestados às famílias (33,3%) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (3,9%).
O primeiro setor registrou a taxa positiva mais intensa da série histórica (iniciada em janeiro de 2011), mas ainda se encontra distante do patamar de fevereiro (-41,9%), mês que antecedeu o início da pandemia de Covid-19. Já a segunda atividade acumula ganho de 18,8% nos últimos quatro meses, após ter perdido 25,2% entre março e abril de 2020.
Os demais avanços vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e de outros serviços (0,8%), com o primeiro acumulando ganho de 5,4% no período de junho a agosto, depois de recuar 18,0% entre março e maio, e o último setor avançando 11,9% nos últimos três meses, após recuar 11,6% entre março e maio.
Em contrapartida, o único resultado negativo desse mês foi o dos serviços de informação e comunicação (-1,4%), após avançar 6,3% entre junho e julho. A média móvel trimestral cresceu 3,6% no trimestre encerrado em agosto de 2020 frente ao nível do mês anterior, superando a observada em julho (2,2%).
Todas as cinco atividades mostraram resultados positivos em agosto, com destaque para o avanço dos serviços prestados às famílias (11,4%), seguido pelos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,3%), outros serviços (3,7%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,8%) e informação e comunicação (1,6%).
Frente a agosto de 2019, o volume dos serviços caiu 10,0%, sua sexta taxa negativa seguida para esta comparação. Houve quedas em quatro das cinco atividades e crescimento em pouco menos de um terço (31,9%) dos 166 tipos de serviços investigados.
Entre os setores, os serviços prestados às famílias (-43,8%), os serviços profissionais, administrativos e complementares (-14,0%) e os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-8,5%) exerceram as principais influências negativas sobre o volume total de serviços.
Também em queda frente a agosto de 2019, mas com menor impacto no índice geral, os serviços de informação e comunicação (-4,0%) mostraram perdas nas empresas que atuam nos ramos de consultoria em tecnologia da informação; telecomunicações; programadoras e atividades relacionadas à televisão por assinatura; e atividades de exibição cinematográfica.
Em contrapartida, a única contribuição positiva nesse mês veio de outros serviços (7,2%), impulsionado, sobretudo, pelo aumento de receita das empresas pertencentes aos ramos de administração de bolsas e mercados de balcão organizados; corretoras de títulos e valores mobiliários; e atividades de administração de fundos por contrato ou comissão.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria (1) Base: mês imediatamente anterior – com ajuste sazonal (2) Base: igual mês do ano anterior (3) Base: igual período do ano anterior (4) Base: 12 meses anteriores