Ex-treinadores de vôlei e futebol, dirigentes e fãs vão a velório; enterro será no Rio. “O futebol do Brasil nasceu depois de Pelé. E no voleibol, existe o antes e o depois do Bebeto”, disse Alexandre Kalil

“Ele marcou época”, “Foi uma perda irreparável”. “Insubstituível”. Com homenagens aos montes e muita emoção de amigos e companheiros de trabalho, o corpo do esportista, ex-jogador e técnico Bebeto de Freitas foi velado por cerca de duas horas e meia na manhã desta quarta-feira na sede administrativa do Atlético-MG, em Belo Horizonte. Ele vai ser sepultado – provavelmente no cemitério São João Batista – nesta quinta-feira, quando é esperada a chegada da filha que está em Boston, nos Estados Unidos.

Várias personalidades ligadas ao futebol e ao vôlei estiveram no local, muito emocionadas. Alguns preferiram nem conversar com os jornalistas. Coroas de flores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Federação Mineira de Futebol (FMF) chegaram logo cedo. A imprensa não teve acesso ao interior do prédio.

Um dos primeiros a chegar foi o presidente do Galo, Sérgio Sette Câmara. Logo em seguida, chegaram o presidente da FMF, Castelar Neto; o técnico do time masculino de vôlei do Minas, Nery Tambeiro, e o ex-presidente do clube alvinegro, Daniel Nepomuceno.

Pouco tempo depois, foi a vez de Sérgio Bruno Zech Coelho, ex-presidente do Minas Tênis Clube, chegar ao local.

– Bebeto foi uma pessoa que marcou época, de personalidade forte. Lealdade muito grande, caráter muito bom. Foi um exemplo para nós.

Outro que lamentou muito o falecimento de Bebeto de Freitas foi Carlos Alberto Castanheira, o “Cebola”, ex-técnico de vôlei.

– É uma perda irreparável para o esporte brasileiro.

Milton Cruz, técnico do Figueirense, adversário do Galo nesta quarta, também compareceu ao velório. Ele comentou ter, juntamente com os jogadores, discutido a ideia de adiar a partida desta noite, válida pela Copa do Brasil. Treinador do Botafogo em uma das gestões de Bebeto de Freitas na presidência, lembrou de uma passagem marcante.

– Em momento de descontração, a gente se encontrava, jogava bola junto. No Botafogo, quando nós fomos campeões, depois de 21 anos, ele foi uma das primeiras pessoas a entrar no vestiário. E chorava… era muito botafoguense. Tinha uma lidenraça serena e transmitia isso para a gente. O esporte perde uma pessoa de liderança e categoria. Inclusive, o presidente nosso (Claudio Vernalha, do Figueirense) falou da possibilidade de a gente poder adiar este jogo.

Alexandre Kali, ex-presidente do Atlético-MG e atual prefeito de Belo Horizonte, chegou acompanhado da mulher por volta das 9h20. Visivelmente emocionado, comentou a respeito do amigo, com quem trabalhou no clube e, também, na prefeitura.

– Tive o privilégio de trazê-lo da Itália pra comandar o futebol do Atlético. Eu digo que o futebol do Brasil nasceu depois de Pelé. E no voleibol do Brasil existe o antes e o depois do Bebeto. Pessoalmente, perco um amigo muito leal, muito fraterno. E vai fazer muita falta na minha vida.

Fonte: G1