Expectativa de especialistas é que preços continuem mais altos, com ajuda do coronavírus, que faz com que a China passe a comprar mais carnes de fora.
De acordo com consultorias e estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (Cepea), o preço da carne teve redução em comparação com os meses de disparada, novembro e dezembro. No entanto, quando janeiro de 2020 é comparado ao mesmo mês de 2019, a diferença média é de 17%.
No campo, o criador já recebe 17,5% a menos pela arroba do boi gordo, com dados da Cepea. Na indústria, a carcaça que saía a R$16,46 por quilo, agora está a R$12,50. Mesmo assim, em geral, a carne está 19,6% mais cara do que no ano passado para o consumidor.
Já o ovo continua em alta. Na Grande São Paulo, por exemplo, o preço subiu o recorde de 32% desde o último ano. Nem mesmo dezembro do ano passado registrou uma alta tão grande. A caixa com 30 dúzias foi encontrada no último mês de 2019 a R$96,14. Em janeiro, ela aumentou para R$96,32.
Com o preço alto do milho (30% maior que ano passado), ração para porcos e frangos, as duas carnes alternativas à vermelha sofreram queda. O frango viu cair 10,5% do seu preço em um mês. Os suínos, com exemplo de São Paulo, baixaram 16,8%.
A expectativa é que os preços não recuem muito para o consumidor, mesmo em fevereiro, quando o consumo da carne não é tão alto. “A expectativa é de subir ou manutenção (dos preços). Os principais insumos estão altos. Se os preços dessas carnes começarem a recuar muito a atividade fica inviável”, explica Juliana Ferraz, da Cepea.
O coronavírus também vai ajudar a acelerar esse setor, já que com a doença, a China vai buscar mais por carnes estrangeiras. “A China está fazendo uma grande campanha para restringir o consumo de animais silvestres ou carnes exóticas sem controle sanitário”, diz Bovo. Especialistas acreditam que isso irá impactar positivamente o mercado de carnes brasileiro.
Cortes como picanha, coxão mole e filé mignon foram alguns dos cortes que caíram de preço em janeiro. Já o cupim, costela e acem permanecem em alta.
Fonte: Jornal Opção