O Oscar 2021 pode ter marcos importantes no quesito da diversidade e de gênero. A cerimônia acontece neste domingo (25) e tem transmissão ao vivo do G1.
Ano das mulheres na direção
Chloé Zhao, diretora de “Nomadland”, chega como favorita absoluta ao prêmio neste domingo após vencer o Globo de Ouro, o Bafta e o Sindicato dos Diretores.
Aqui, são dois recordes: o primeiro já foi quebrado quando a lista de indicados saiu com Chloé e Emerald Fennel (“Bela Vingança”). Nunca duas mulheres concorreram na categoria de direção no mesmo ano.
Quem ganhar vai fazer companhia para Kathryn Bigelow, até então a única mulher a vencer na categoria, pelo filme “Guerra ao Terror” em 2010.
Outro destaque é nas categorias de roteiro em que ambas estão indicadas: Chloé em roteiro adaptado e Emerald por original.
Se elas levarem, será a primeira vez na história que duas mulheres vencem nas categorias também no mesmo ano. A última mulher a vencer como roteirista foi Diablo Cody por “Juno”, no distante ano de 2008.
Noite pode ser da Chloé Zhao
Além da vitória nas categorias de direção e roteiro adaptado, o filme de Chloé ainda pode vencer nas categorias melhor filme e melhor edição.
Se isso acontecer, a cineasta chinesa vai se tornar a segunda pessoa, e a primeira mulher, a levar para casa quatro estatuetas em uma noite.
O primeiro a conquistar esse feito foi Walt Disney, com seu recorde de quatro Oscars em 1954 — de melhor curta de animação; melhor documentário de longa-metragem; melhor documentário de curta-metragem; e melhor curta em duas bobinas.
Frances McDormand pode vencer como atriz e produtora o ano
A protagonista de “Nomadland” também está na lista de produtores do filme, o que significa que ela pode acabar no palco mesmo que não seja vencedora na categoria de melhor atriz.
As comparações mais próximas são Barbra Streisand e Oprah Winfrey, que foram ambas indicadas como atrizes e produtoras, mas para filmes diferentes e em anos diferentes.
Vitória da diversidade
Há chances de todos os vencedores de melhor atuação (protagonistas ou coadjuvantes) serem de grupos étnicos minoritários. E isso é possível, porque os quatro atores, abaixo, são favoritos.
- Viola Davis e Chadwick Boseman levarem as estatuetas de melhor atriz e ator por “A Voz Suprema do Blues”
- Youn Yug-Jung ganhar como melhor atriz coadjuvante por “Minari”
- Daniel Kaluuya levar ator coadjuvante por “Judas e o Messias Negro”.
Maioria de atores indicados não é branca
Pela primeira vez, a cor branca não é predominante entre os atores indicados na categoria de Melhor ator.
Anthony Hopkins e Gary Oldman concorrem ao lado de Chadwick Boseman, Riz Ahmed ( O Som do Silêncio) e Steven Yeun (“Minari”).
Ahmed é muçulmano, não é favorito na categoria, mas se levar vai ser o primeiro ator a conquistar o prêmio na categoria de Melhor Ator.
Mahershala Ali também é muçulmano, mas venceu em 2017 como melhor coadjuvante, por seu papel em “Moonlight”.
Além disso, entre as 20 vagas disponíveis, nove são de atores e atrizes de minorias étnicas, o que também é um recorde.
Equipe de produção 100% negra
As chances são pequenas, mas se “Judas e o Messias Negro” vencer na principal categoria da noite, melhor filme, vai ser a primeira equipe de produção totalmente negra a conquistar o título.
Shaka King, Charles D King e Ryan Coogler são os produtores do longa estrelado por Daniel Kaluuya e Lakeith Stanfield.
Filmes indicados a roteiro original concorrem a melhor filme
“Minari”, “Bela Vingança”, “Judas e o Messias Negro”, “Os 7 de Chicago” e “O Som do Silêncio” estão concorrendo nas duas categorias e isso é inédito.
Indicada mais velha pode ser premiada
Ann Roth tem 89 anos e é a figurinista de “A Voz Suprema do Blues”, filme estrelado por Viola Davis e Chadwick Boseman.
Se vencer, ela vai ser a mais velha indicada em 2021 a conquistar a cobiçada estatueta. E as chances são grandes…
Ann já foi cinco vezes indicada e venceu em 1996 pelo filme “O Paciente Inglês”.
Título mais longo da história
O fato de “Borat: Fita de Cinema Seguinte” ter sido indicado ao Oscar 2021, já é um recorde e não está relacionado a nenhuma atuação ou número de indicações.
A questão é que o filme de Sacha Baron Cohen entrou para o Guiness com o título mais longo a ser indicado na história da premiação.
Embora em português, seja um título razoável, em inglês são longos 110 caracteres que nomeiam o filme: “Borat Subsequent Moviefilm: Delivery of Prodigious Bribe to American Regime for Make Benefit Once Glorious Nation of Kazakhstan”.
Em tradução livre, seria algo como “Borat Fita de Cinema Seguinte: Entrega de suborno prodigioso ao regime americano para obter benefícios ao que já foi a gloriosa nação do Cazaquistão”.
O recorde anterior pertencia a “Those Magnificent Men in Their Flying Machines or How I Flew from London to Paris in 25 hours 11 minutes”, com 85 caracteres. Em português, o filme de 1964 ficou conhecido como “Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras”.
Bom que, nesse caso, só a indicação já vale o recorde porque o filme não está entre os mais cotados para roteiro adaptado. Talvez a Maria Bakalova leve atriz coadjuvante, mas nada muito garantido.
G1