Em uma decisão inédita, a Universidade de São Paulo (USP) confirmou nesta segunda-feira, 13, a expulsão de um estudante do curso de Relações Internacionais acusado de fraudar o sistema de cotas sociais e raciais da instuição estadual de ensino superior. O jornal Folha de S.Paulo, que revela o caso, teve acesso à integra do procedimento de julgamento e conclusão do caso.
É a primeira vez que a universidade julga um caso de fraude em quase 200 anos de fundação.O aluno expulso, Braz Cardoso Neto, de 20 anos, informou à USP ser pardo, ter origem negra e renda classificada entre os estudantes pobres. A documentação apresentada, no entanto, foi reprovada pela comissão julgadora dos critérios e o rapaz foi desligado em definitivo do curso.
Segundo a Folha de S.Paulo, o processo durou um ano. Nele, o jovem não conseguiu provar o parentesco com as pessoas negras das quais afirmou ser descedente direto. A comissão julgadora também se baseou no critério da fenotipia (aparência física) do estudante para concluir que ele não tinha as características étnicas consideradas na definição do sistema de cotas raciais e sociais.
A apuração mostrou ainda que Braz viajava constantemente, inclusive para o exterior, o que chamou a atenção para a fragilidade dos critérios de renda. As viagens, entre elas uma para Miami (EUA), estão registradas nas redes sociais do estudante expulso. O caso pode agora ir parar no Poder Judiciário.