O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na manhã desta sexta-feira (21/8) a Operação Vendilhões. O objetivo é apurar supostos crimes praticados pelos diretores de entidades identificadas como Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe); Associação Filhos do Pai Eterno e Perpétuo Socorro e Associação Pai Eterno e Perpétuo Socorro, o que teria causado prejuízo ao seu patrimônio. Os trabalhos contaram com o apoio das Polícias Civil e Militar de Goiás.
As investigações apontam o padre Robson de Oliveira, fundador da Afipe e reitor da Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade, como suspeite de liderar grupo criminoso que teria movimentado ao menos R$ 120 milhões de forma suspeita.
As apurações originaram-se do encaminhamento, pelo Poder Judiciário, de cópia de inquérito policial em que o presidente Afipe, após ser vítima de extorsão, utilizou indevidamente recursos provenientes de contas das associações que preside. Os crimes apurados, até o momento, são os de organização criminosa, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal.
Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão na sede das associações, empresas e residências em Goiânia e Trindade, expedidos pelo Juízo da Vara de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais, em decisão da juíza Placidina Pires. Foi encontrado dinheiro nos locais das buscas e apreensões, cujo valor ainda está sendo contabilizado. Participam da operação 20 promotores de Justiça, 52 servidores do MP-GO, 4 delegados, 8 agentes da Polícia Civil e 61 policiais militares. O resultado da Operação Vendilhões será apresentado à imprensa, em entrevista coletiva, na sede do MP-GO, às 14h30.