Em novo giro pelo país, o presidente Jair Bolsonaro e ministros de Estado participaram nesta sexta-feira, 16, em São Paulo, da inauguração de fábrica de biogás da empresa Raízen, em Guariba. A usina será a primeira em escala comercial no mundo a utilizar a conversão da torta de filtro e da vinhaça, subprodutos da produção de etanol e cana-de-açúcar, para geração de energia elétrica.

Com potencial instalado de 21 mega-watts e capacidade de geração de 138 mil mega-watts/hora por ano, a unidade da Raízen é capaz de abastecer 62 mil domicílios. Segundo o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia), o potencial de produção de biogás no Brasil, somente a partir da vinhaça, pode atingir em 2030 até 45 milhões de metros cúbicos por dia.

O potencial de produção, segundo o ministério, corresponde a mais de duas vezes o volume médio de gás natural importado da Bolívia em 2019. “O biogás e biometano, além de serem utilizados para geração de energia elétrica, podem também substituir o óleo diesel nos ônibus, caminhões e máquinas agrícolas”, disse.

“Temos aí a aprovação, em breve, do novo marco do gás [em tramitação no Congresso] e não tenho dúvida que essa nova indústria também vai se associar a isso, o que vai ser importantíssimo para a reindustrialização do país”, lembrou o ministro Albuquerque.

Para ele, a diversificação da matriz energética se traduz em segurança energética e contribui para a transição em direção à economia de baixo carbono. De acordo com o ministro, os derivados de cana-de-açúcar respondem atualmente por mais de 17% da matriz energética brasileira e para 2030 será mais de 19%.

O presidente Bolsonaro destacou o trabalho da Raízen, por levar o projeto da fábrica de biogás adiante, e disse que quer estimular mais empresários do Brasil a investirem no país. “Só tenho a cumprimentá-los, a cumprimentar o senhor Ometto [Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Raízen], pela coragem de empreender. E ele sabe, cada vez mais, que hoje em dia conta com um parceiro de peso, que é o chefe do Poder Executivo e seus ministros para os seus empreendimentos”, disse. (Com informações e textos da Agência Brasil).